A Associação Brasileira de Centros de Diálise e Transplante (ABCDT) lança, neste mês de agosto, a campanha nacional do Mês da Diálise 2025. O objetivo é promover o debate sobre o direito a um tratamento digno para pacientes em diálise e reivindicar o reajuste da tabela do SUS.
Com o tema “O Tempo” e o slogan “Viver é urgente”, a iniciativa chama a atenção da sociedade e das autoridades para a realidade de mais de 150 mil brasileiros que dependem da diálise para sobreviver.
A campanha também reforça a subcampanha “Diálise é Direito. Reajuste é Dever”, que denuncia o subfinanciamento da terapia renal substitutiva no país. Segundo estudo apresentado ao Ministério da Saúde, o custo real de uma sessão de hemodiálise é de R$ 343,00, enquanto o valor pago pelo Sistema Único de Saúde (SUS) é de apenas R$ 240,97 uma defasagem de 42%.
O presidente da ABCDT, Yussif Júnior, destacou que o cenário é crítico. “O valor deveria ser, no mínimo, R$ 340, apenas para cobrir os custos básicos. Mas recebemos quase R$ 100 a menos por sessão. Isso compromete a continuidade dos serviços em centenas de clínicas e expõe os pacientes a riscos desnecessários”, conta.
O estudo que embasa os números foi realizado pela consultoria Planisa, contratado pela ABCDT em parceria com a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN). A pesquisa calculou o custo médio real por sessão de hemodiálise considerando despesas com pessoal, materiais, estrutura e tributos. O resultado mostra que o SUS não cobre sequer os custos operacionais básicos da maioria das 840 clínicas que prestam esse serviço vital em todo o país. Atualmente, mais de 85% dos pacientes renais do SUS são atendidos por clínicas conveniadas, e a falta de reajuste coloca mais de 800 unidades em risco de fechamento.
“Em 27 anos, o valor pago por sessão aumentou apenas 160%, enquanto a inflação acumulada foi de 735%. Isso já representa um déficit anual de R$ 1,6 bilhão para o setor”, alerta Yussif.
Um estudo da consultoria Planisa, encomendado pela ABCDT em parceria com a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), revelou que o valor pago pelo SUS não cobre nem os custos operacionais básicos das sessões de hemodiálise. Segundo a análise, como mais de 85% dos pacientes renais dependem de clínicas conveniadas, a ausência de reajuste ameaça o funcionamento de mais de 800 unidades em todo o país.
A campanha também ressalta a diálise peritoneal, realizada em casa, que oferece mais autonomia e qualidade de vida, mas ainda é pouco utilizada no Brasil devido à ausência de políticas públicas de incentivo.
“A diálise peritoneal é segura, eficaz e pode ser uma solução importante para ampliar o acesso ao tratamento renal, especialmente em regiões mais remotas”, reforça Yussif.
Segundo a ABCDT, a mobilização se intensifica ao longo do mês de agosto e culmina no Dia Nacional da Diálise, celebrado na última quinta-feira do mês, em 2025, no dia 29 de agosto.
Fonte: BNews