Veja sintomas, como ocorre e como prevenir
O cantor e compositor Lô Borges faleceu nesta segunda-feira (3) após ter o quadro de saúde agravado por uma intoxicação medicamentosa, condição que o levou à UTI e culminou em falência múltipla de órgãos. Internado desde o início de outubro, o artista passou por hemodiálise e precisou de traqueostomia nos últimos dias antes de falecer.
O que é intoxicação medicamentosa
A intoxicação medicamentosa é um grave problema de saúde pública no Brasil. Entre 2010 e 2017, mais de 280 mil casos foram registrados — mais da metade de todas as intoxicações notificadas no país nesse período. O quadro ocorre quando há uso excessivo de medicamentos, interação com outras substâncias ou erro na administração, podendo acontecer de forma acidental ou intencional.
Entre as principais causas estão a automedicação, a má interpretação de receitas médicas e o uso indevido de remédios de venda livre. Os medicamentos mais relacionados a casos de intoxicação são os que atuam no sistema nervoso central, como ansiolíticos, antidepressivos e sedativos, seguidos de analgésicos, anti-inflamatórios e antialérgicos.
O fígado, como órgão central do metabolismo de fármacos, é um dos primeiros a sofrer quando há falhas no processamento de substâncias em excesso ou mal indicadas. Casos que exigem hemodiálise e ventilação mecânica, como o de Lô Borges, indicam um estágio grave e avançado da intoxicação.
Sintomas da intoxicação medicamentosa
Os sintomas variam conforme o medicamento e a dose, mas geralmente incluem vômitos, tontura, sonolência, palpitações, confusão mental e até perda de consciência. Em situações graves, pode haver convulsões e falência de órgãos.
Segundo o Hospital Israelita Albert Einstein, os sintomas podem surgir logo após a ingestão do medicamento ou até dias depois. Entre os principais sinais estão:
- Sudorese excessiva;
- Diarreia;
- Vômito;
- Tontura;
- Palpitação;
- Mudança de comportamento;
- Respiração alterada;
- Convulsões;
- Fala arrastada;
- Sonolência profunda.
Diante de qualquer sinal, é essencial buscar atendimento médico imediato. Médicos alertam que práticas caseiras, como induzir o vômito ou oferecer leite, não são recomendadas e podem agravar o quadro. O tratamento deve ser feito em ambiente hospitalar, podendo incluir antídotos, lavagem gástrica e monitoramento intensivo.
Como ocorre a intoxicação por medicamentos
A intoxicação por medicamentos acontece, na maioria das vezes, por uso indevido de remédios — seja em doses acima da receita, seja sem prescrição médica. A automedicação, prática comum no Brasil, é uma das principais causas do problema.
Um levantamento da Secretaria da Saúde de São Paulo mostrou que 85% dos casos registrados no estado ocorreram dentro de casa. As classes de remédios mais envolvidas são benzodiazepínicos, antigripais, antidepressivos e anti-inflamatórios.
O risco é maior entre idosos, que costumam usar múltiplos medicamentos, e entre pessoas com doenças hepáticas ou renais, que precisam de dosagens ajustadas. Pacientes com transtornos psiquiátricos também estão mais vulneráveis, especialmente em situações de crise emocional.
Prevenção
A melhor forma de evitar a intoxicação medicamentosa é adotar hábitos seguros no uso de medicamentos:
- Não se automedicar;
- Seguir rigorosamente as orientações médicas;
- Manter remédios fora do alcance de crianças;
- Verificar prazos de validade;
- Ler atentamente as bulas e receitas.
Dados do Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox) mostram que os medicamentos continuam sendo a principal causa de intoxicações no Brasil, reforçando a importância de conscientização sobre o uso responsável de remédios.
Fonte: Mais Goiás


