Pacientes dependentes de Terapia Renal Substitutiva têm atendimento suspenso a partir de 15 de novembro
7A saúde pública do Tocantins vive um momento crítico. Em uma notificação urgente enviada ao secretário de Estado da Saúde, Vânio Rodrigues de Souza, o Instituto de Doenças Renais do Tocantins (IDRT) anunciou a interrupção, por tempo indeterminado, do recebimento de novos pacientes para Terapia Renal Substitutiva (TRS) e a paralisação total dos serviços prestados ao Hospital Regional de Araguaína (HRA). A medida entra em vigor no dia 15 de novembro de 2025. Mesma data em que a Fundação Pró-Rim também irá suspender a admissão de novos pacientes e do apoio logístico e técnico ao Hospital Geral de Palmas (HGP).
Motivo: inadimplência crônica da SES
Segundo o documento, o colapso financeiro do IDRT foi provocado pela inadimplência continuada da Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO), que acumula uma dívida de R$ 2.055.813,96. O valor corresponde a serviços prestados e não pagos desde dezembro de 2024, além dos meses de junho a setembro de 2025.
No documento, o Instituto afirma que, apesar das tentativas administrativas de cobrança e da manutenção da qualidade dos atendimentos, os recursos se esgotaram. A paralisação inclui o fornecimento de insumos, suporte técnico e manutenção da unidade de hemodiálise do HRA.
Impacto direto na população
A decisão afeta diretamente pacientes que dependem da hemodiálise para sobreviver. A TRS é custeada com recursos federais do Ministério da Saúde, via Fundo de Ações Estratégicas e Compensação (FAEC), e a retenção desses valores pela SES representa uma quebra na cadeia de financiamento do SUS.
Repercussão nos órgãos de controle
A notificação foi encaminhada a diversos órgãos, incluindo o Ministério Público Estadual e Federal, o Tribunal de Contas da União (TCU), o Tribunal de Contas do Estado (TCE-TO) e o Conselho Estadual de Saúde.
O que está em jogo?
A crise expõe a fragilidade da gestão pública da saúde no Tocantins. A interrupção de serviços essenciais como a hemodiálise não é apenas um alerta administrativo — é um risco real à vida de centenas de pacientes. A falta de pagamento por parte do Estado, mesmo com recursos federais disponíveis, levanta questionamentos sobre a transparência e a responsabilidade na aplicação dos fundos públicos.
O colapso da saúde no Tocantins não é mais uma possibilidade futura — é uma realidade presente. A urgência da situação exige ação imediata das autoridades competentes para evitar que a rede pública entre em colapso total. A vida dos tocantinenses está em jogo.
Fonte: Gazeta do Cerrado


