A Clínica Prorim, que oferece serviços de hemodiálise ao Hospital da Santa Casa da Misericórdia, em Fortaleza, alega que a unidade hospitalar possui uma dívida de R$ 1,8 milhão, que vem sendo acumulada desde 2022. Além disso, a Santa Casa teria rescindido o contrato com a clínica antes do tempo previsto.
A dívida é relativa aos serviços de diálise dentro do hospital: em UTI, salas de recuperação e enfermarias. A clínica continua em funcionamento e atende, pelo menos, 130 pacientes por mês.
Rescisão de contrato e dívida de R$ 1,8 milhão
No dia 23 de setembro, houve uma reunião entre a Clínica Prorim e a Santa Casa, para chegar a um acordo. Segundo a gestora da Prorim, Sônia Holanda, a rescisão do contrato teria se dado porque a Santa Casa decidiu ter um serviço próprio de diálise.
Sônia também revela que a unidade vinha sofrendo com a crise financeira da Santa Casa. “A gente lida com um tipo de paciente que não pode parar. Fomos fazendo uma gestão cada vez mais restritiva. Nós deixamos de pagar médicos”. Ela diz que as receitas enviadas pelo Ministério da Saúde estavam sendo repassadas com atraso.
A gestora da Prorim afirma que o recurso crônico de maio e junho foram pagos recentemente, porém o de julho ainda não foi recebido. “Nenhum centavo desse recurso ainda nos foi repassado”, finaliza.
“Nós não temos nenhuma posição da Santa Casa em relação ao pagamento. Eles disseram que a dívida seria auditada auditar uma dívida é o ato de examinar de forma independente e minuciosa a origem, a legitimidade, a legalidade e a gestão de uma dívida. e nós já entramos em contato com eles pessoalmente, mas até agora nada. Nós vamos entrar de forma judicial“, afirma Carlos Nelson, sócio da Prorim.
Nelson destaca que a clínica trabalha para a Santa Casa há 39 anos e, com o encerramento do contrato, “a clínica perde uma razão para existir” por não ser vinculada ao Ministério da Saúde.
O que diz a Santa Casa de Fortaleza
Em nota ao O POVO, a Santa Casa de Fortaleza informou que a consultoria externa constatou que algumas áreas terceirizadas funcionavam em condições precárias.
“A revisão dos contratos com prestadores faz parte das medidas para garantir mais segurança e qualidade no atendimento à população, ao mesmo tempo, em que a Direção mantém atenção especial à sustentabilidade financeira do hospital”, diz a nota.
Segundo a unidade de saúde, o foco é a análise dos critérios legais e das condições sanitárias. Sobre a dívida, a Santa Casa informou que a clínica já recebeu mais de R$ 1,4 milhão, desde a intervenção em julho deste ano, como pagamento por serviços prestados, incluindo hemodiálise.
“Os pagamentos são realizados conforme protocolo de prestação de contas e emissão de notas. A situação da empresa responsável pelo atendimento está sendo analisada com o apoio do Ministério da Saúde e de uma consultoria técnica externa, que avaliam contratos, procedimentos e condições operacionais, garantindo que o serviço siga todas as normas exigidas”, informou a pasta.
Fonte: O Povo