Fátima Carolina descobriu o problema renal aos 10 anos e celebra a nova fase da vida após o transplante realizado em 2023
Depois de passar mais de 4 anos realizando hemodiálise, Fátima Carolina de Almeida Gonçalves, 23 anos, comemora dois anos de renascimento após conseguir um doar e realizar o transplante de rim, em Campo Grande. A moradora de Ponta Porã define o 16 de junho de 2023 como um verdadeiro “renascimento”, após anos de luta e sonho de uma vida normal.
A história de Fátima com problemas renais começou ainda na infância, aos 10 anos. Um tratamento inicial trouxe uma recuperação temporária, e por muito tempo ela viveu sem acompanhamento médico. Mas aos 16 anos, a pior notícia veio e a adolescente descobriu a falência dos dois rins.
Sem compreender totalmente a gravidade da situação, Fátima começou imediatamente a hemodiálise e uma sequência de batalha. “Morava em uma chácara, acordava às 3h da manhã, três vezes por semana, para conseguir fazer o tratamento”, lembra. Foram 4 anos e 4 meses nessa rotina exaustiva e debilitante.
Durante esse período, ela entrou na fila do transplante, mas nem a mãe pode ser doadora. “Minha mãe até tentou ser doadora no primeiro ano, mas por conta da idade, não foi possível”, conta.
Fátima seguiu confiando em Deus, mesmo sem entender como funcionava o processo para conseguir um rim.
A mudança começou quando a jovem conheceu, por meio de uma enfermeira, duas jovens que haviam sido transplantadas em Campo Grande. O contato com elas reacendeu a esperança. “Consegui agendar uma consulta na Capital, fiz todos os exames e em 6 meses já estava na fila local de transplantes”, relata.
A tão esperada ligação veio na madrugada de 16 de junho de 2023. “O celular estava no silencioso. Me ligaram três vezes. Na quarta, eu simplesmente acordei do nada e vi o nome da médica na tela. Foi Deus”, diz, emocionada.
Sem hesitar, ela partiu para Campo Grande e realizou o transplante no mesmo dia. Fátima recebeu o rim esquerdo. O rim direito foi para outro paciente, um homem a quem hoje ela tem como irmão de rim. “Digo que ganhei um irmão de rim. Toda vez que venho a Campo Grande, a cada 4 meses, a gente se encontra”.
Hoje, dois anos depois, ela celebra a nova fase com gratidão. “Antes eu era magrinha, sem força para nada. Agora sou saudável, trabalho, e cuido muito bem do meu rim. Bebo bastante água, tomo todos os remédios e não preciso mais da hemodiálise”, comemora.
Sem saber quem foi a família do doador, Fátima guarda o eterno sentimento de gratidão. “Não sei quem são, mas sou eternamente grata. Nem sei se era para eu estar aqui hoje, mas eu comemoro esse renascimento todos os dias, essas pessoas mudaram minha vida”, celebra.
Fonte: Topmídia News