Desde dezembro do ano passado, o Ministério da Saúde não repassou R$ 400 milhões às clínicas conveniadas ao Sistema Único de Saúde (SUS) que tratam pacientes com doença renal crônica. Esse atraso afeta 700 unidades em todo o Brasil, que são responsáveis pelo atendimento de cerca de 110 mil pessoas, muitas das quais dependem de hemodiálise para o tratamento de sua condição. A demora no pagamento preocupa os gestores das clínicas, que têm o SUS como principal fonte de receita.
Normalmente, os repasses são feitos em até 30 dias após o fechamento de cada mês, mas o atraso tem gerado dificuldades financeiras e operacionais para as unidades de atendimento. A Associação Brasileira dos Centros de Diálise e Transplantes (ABCDT) alertou para o impacto dessa defasagem, destacando que a Tabela SUS está desatualizada e paga cerca de 30% abaixo do custo real de cada sessão de hemodiálise, o que já representa um desafio para a sustentabilidade das clínicas.
Justificativa do Ministério da Saúde
O Ministério da Saúde se pronunciou sobre o assunto e explicou que a mudança no sistema de pagamentos aumentou a burocracia, o que ocasionou o atraso nos repasses. No entanto, a pasta garantiu que o pagamento será regularizado até o final desta semana. A previsão é que os recursos sejam repassados às secretarias estaduais de Saúde para que possam ser encaminhados às clínicas de referência em cada município.
Em uma nova nota, o Ministério afirmou que o pagamento ocorreu dois dias após o previsto, mas assegurou que o problema será solucionado em breve. Mesmo com a justificação do governo, a situação segue sendo uma preocupação para as clínicas e para os pacientes que dependem desse tratamento essencial.
Impactos na Rede de Saúde
O atraso nos repasses reflete um problema recorrente no sistema público de saúde, que, apesar de ser fundamental para o atendimento de milhões de brasileiros, enfrenta desafios orçamentários e administrativos que prejudicam a continuidade de cuidados essenciais. Para as clínicas que tratam pacientes com doenças renais crônicas, esses atrasos podem afetar diretamente a qualidade do atendimento, além de criar incertezas financeiras sobre a continuidade dos serviços.
A situação também destaca a defasagem nas tabelas de pagamento do SUS, que não acompanham os aumentos nos custos operacionais das clínicas, colocando ainda mais pressão sobre os profissionais da saúde e os pacientes que necessitam desses tratamentos.
Fonte: Partido Brasil Oficial