O Congresso recebe iluminação azul e vermelha nesta quinta (29) e sexta-feira (30) como parte das ações pelo Dia Nacional da Diálise. O objetivo da data, comemorada na última quinta-feira do mês de agosto, é conscientizar sobre as doenças renais, os fatores de risco, as comorbidades e a diálise como mecanismo para prevenir o agravamento das doenças. A Associação Brasileira dos Centros de Diálise e Transplantes (ABCDT) é a entidade que representa as mais de 830 clínicas de diálise que atendem pacientes renais do SUS e privados em todo o país e lidera a campanha #ADiáliseNãoPodeEsperar, que leva as cores azul e vermelha da causa.
A campanha busca sensibilizar entidades públicas e privadas sobre a necessidade de assegurar mecanismos efetivos de financiamento para os procedimentos de diálise, tanto por parte do Governo Federal, quanto por meio da ampliação do cofinanciamento com os estados, considerando a complexidade dos processos e seus custos elevados.
“A diálise permite que pacientes renais crônicos continuem a viver, porém o acesso ao tratamento no Brasil está aquém das necessidades do nosso sistema de saúde. Para que esses pacientes tenham uma vida produtiva para além de seu diagnóstico, precisamos transpor desafios que hoje são enfrentados no acesso ao tratamento desta doença”, alerta Yussif Ali Mere Júnior, presidente da ABCDT.
Com vazios assistenciais distribuídos por todas as regiões do país e ainda bem distante de cumprir as metas definidas nos “critérios e parâmetros assistenciais para o planejamento e programação de ações e serviços de saúde no âmbito do sistema único de saúde de 2017”, a ABCDT mais uma vez, como em todos os meses de agosto, busca dar mais visibilidade ao tema.
À medida que a ciência evolui, novas tecnologias surgiram trazendo mais bem estar aos renais em todo o mundo. E o maior desafio no Brasil é acompanhar essa evolução. Dados do SUS mostram que 87% da oferta do tratamento para os pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil é realizada por meio do atendimento em clínicas particulares conveniadas, em sua maioria representadas pela Associação Brasileira de
Centros de Diálise e Transplantes (ABCDT). Mas as clínicas dependem dos recursos recebidos para melhorarem a qualidade do tratamento. Os pacientes não podem deixar de dialisar três vezes por semana durante toda sua vida. Os pacientes não podem esperar por uma vaga se abrir em clínica de diálise, muitas vezes ocupando leitos de hospital.
Entenda a DRC – A doença renal crônica (DRC) é caracterizada pela diminuição da capacidade dos rins de filtrar os resíduos metabólicos do sangue. Muitas vezes, ocorre em consequência de outras comorbidades, como hipertensão e diabetes, além de doenças autoimunes como o lúpus. “As doenças renais são lentas, elas são progressivas e muito silenciosas. O que eu quero dizer com isso? Não apresentam nenhum sinal nas suas fases mais iniciais, somente nas suas fases mais avançadas. Por isso é tão importante identificar essas doenças tão precocemente. Temos que estar muito atentos aos fatores de risco e sempre que possível corrigi-los ou cuidar para que eles sejam administráveis na jornada progressiva da doença. Isso é muito importante”, explica Dr. André Pimentel, nefrologista e diretor médico na ABCDT.
E quando o comprometimento dos rins é maior, a Terapia Renal Substitutiva (TRS), mais
conhecida como diálise, se faz necessária. De acordo com a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), há 155 mil pacientes renais em diálise no país. Outras 21 milhões de pessoas convivem no país com algum comprometimento da função renal.
Sobre a ABCDT – A Associação Brasileira dos Centros de Diálise e Transplante (ABCDT) é uma entidade de classe sem fins lucrativos que representa institucionalmente as clínicas privadas de nefrologia de todo o país. Criada em 1993, a ABCDT atua na defesa da qualidade do atendimento dialítico brasileiro, por meio de uma remuneração justa da terapia renal substitutiva; buscando participar das políticas públicas que ofereçam melhoria da assistência aos cuidados dos pacientes renais integral e contínuo em todos os pontos de sua atenção, representando as clínicas de diálise e transplante nos fóruns nacionais e internacionais e nas negociações com entes públicos e privados.
Atualmente, há cerca de 800 centros de diálise atuantes no Brasil que, juntos, atendem quase 150 mil doentes renais crônicos. E 85% destes pacientes são tratados em clínicas privadas conveniadas ao Sistema Único de Saúde. A ABCDT atua também na esfera judicial, defendendo os interesses das associadas, na esfera educacional, com programas de pós-graduação em gestão da diálise, e na esfera colaborativa, com associação dos centros de diálise de Portugal. Outro importante trabalho é desenvolvido em parceria com diversas associações de pacientes, visando um atendimento digno ao doente renal.
Fonte: Conexão In