Atualização de diretrizes no acompanhamento da doença renal crônica pode contribuir com a saúde dos pacientes

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Foto Ilustrativa/Freepik

O nefrologista Henrique Carrascossi comenta sobre a recente publicação da KDIGO e como esses tratamentos ajudam a preservar a qualidade de vida

No primeiro semestre de 2024, a Kidney Disease: Improving Global Outcomes (KDIGO) publicou uma atualização crucial das Diretrizes de Prática Clínica para a Avaliação e Gestão da Doença Renal Crônica (DRC). Este novo documento, fundamentado em uma base de evidências significativamente mais ampla do que suas versões anteriores, introduz estratégias inovadoras para retardar a progressão da DRC, além de abordar o gerenciamento de medicamentos e novos modelos de cuidado.

Para o nefrologista Henrique Carrascossi, essas atualizações são essenciais para a preservação da qualidade de vida dos pacientes. “A atualização das diretrizes da KDIGO, assim como todas as novas atualizações de tratamentos realizadas por instituições de medicina, são um avanço importante para a prática nefrológica. Isso porque elas não apenas incorporam as mais recentes descobertas científicas, mas também oferecem um guia detalhado para o cuidado clínico, o que é fundamental para melhorar o prognóstico dos pacientes com DRC”.

As novas diretrizes apresentam várias recomendações para otimizar o tratamento e retardar a progressão da DRC. Destacam-se a ênfase em intervenções precoces, o uso de inibidores do sistema renina-angiotensina e a introdução de novos agentes terapêuticos que têm mostrado resultados promissores em estudos clínicos recentes.

Gerenciamento de medicamentos

Outro aspecto crucial das diretrizes atualizadas é o gerenciamento de medicamentos. As novas recomendações incluem orientações sobre o uso adequado de remédios para controlar a pressão arterial e o diabetes, condições frequentemente associadas à DRC. Além disso, há uma ênfase em ajustar as doses das drogas de acordo com a função renal dos pacientes, a fim de evitar efeitos colaterais adversos.

Carrascossi também afirma que A personalização do tratamento medicamentoso é essencial. “Cada paciente é único, e as diretrizes da KDIGO fornecem um framework para adaptar os tratamentos às necessidades específicas de cada indivíduo, melhorando a eficácia e minimizando riscos.”

Modelos de cuidado inovadores

As diretrizes também destacam a importância de modelos de cuidado inovadores, como a coordenação multidisciplinar e o uso de tecnologias para monitoramento remoto. Estes modelos visam oferecer um suporte mais abrangente aos pacientes, facilitando o acompanhamento contínuo e intervenções rápidas quando necessário.

“A integração de equipes multidisciplinares e o uso de tecnologias avançadas são passos significativos para melhorar o cuidado dos pacientes com DRC. Essas abordagens permitem um monitoramento mais rigoroso e uma resposta mais ágil às mudanças na condição do paciente, o que pode prevenir complicações graves”, diz Carrascossi.

Além das recomendações práticas, a atualização das diretrizes da KDIGO aponta áreas de pesquisa futura que podem revolucionar o tratamento da DRC. A identificação de novos biomarcadores para diagnóstico precoce, o desenvolvimento de terapias genéticas e a investigação de fatores ambientais que influenciam a progressão da doença são alguns dos tópicos mencionados.

Para Carrascossi, a pesquisa e as atualizações contínuas são vitais para continuar avançando no tratamento da DRC. “Ao incorporar as mais recentes evidências científicas e oferecer recomendações práticas para a intervenção precoce, gerenciamento de medicamentos e modelos de cuidado inovadores, estas diretrizes têm o potencial de transformar a vida de milhões de pacientes ao redor do mundo”.

 

Nefrologista Henrique Carrascossi
  • Henrique Carrascossi é médico nefrologista formado pela Faculdade de Medicina de Catanduva, com residência médica e título de especialista em nefrologia pela Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) e Associação Médica Brasileira (AMB).
  • Atualmente, é preceptor do internato médico da Universidade de Araraquara (UNIARA) e do programa de residência médica em clínica médica da Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM).
  • Também atua como médico coordenador assistencialista da enfermaria de clínica médica do Hospital de Ensino e da unidade de urgência e emergência da Santa Casa de Araraquara, além de coordenar o Instituto do Rim Carrascossi, onde oferece a seus pacientes o diferencial da diálise peritoneal (em substituição da hemodiálise).

Fonte: Araraquara agora