A doença pode evoluir durante anos, de forma assintomática, diz urologista.
Segundo o presidente da Associação dos Pacientes Renais do Piauí, Luiz Gonzaga Filho, mais de dois mil pacientes em todo o Estado precisam realizar tratamento de hemodiálise todos os dias. Contudo, a quantidade de vagas, principalmente na rede pública, é insuficiente para atender todos os pacientes e os novos casos que surgem.
“Quando o paciente descobre que tem insuficiência renal, isso muda sua vida, porque ele precisa fazer hemodiálise quase todos os dias e fica preso a uma máquina e à cidade. Claro que ele pode viajar, entrar em contato com alguma clínica em outra cidade, mas é bem difícil conseguir vaga, porque as que têm mal conseguem atender à demanda de sua região. E o número de pacientes com insuficiência renal tem aumentado, enquanto a quantidade de vagas diminuiu”, disse.
De acordo com o presidente da Associação, no Piauí, sete locais estão habilitados para receber pacientes com insuficiência renal, sendo cinco clínicas particulares, o Hospital Getúlio Vargas (HGV) e o HTI-Sul, que é por convênio.
“Os hospitais particulares deveriam dar suporte para os públicos, atendendo os pacientes renais. No entanto, no Piauí, isso é ao contrário, e os hospitais públicos têm poucas vagas para atender uma demanda de pacientes que cresce a cada dia. As poucas vagas que têm estão no limite, oferecendo apenas o básico que esses pacientes precisam”, frisa.
Mobilização
No dia 10 de março é celebrado o Dia do Rim e para alertar sobre a prevenção e cuidado com doença, a Associação dos Pacientes Renais do Piauí está organizando uma tarde de atividades voltadas para o tema. A ação acontece nesta quinta-feira (10), a partir das 16h, na Nova Potycabana, onde profissionais estarão aferindo pressão arterial, pressão alta, e enfermeiros orientando e tirando dúvidas sobre a insuficiência renal. “Se for identificado que a pessoa possui alguma alteração, como o índice glicêmico ou diabetes, o profissional irá encaminhar o paciente para uma unidade de saúde”, disse Luiz Gonzaga Filho.
Hábitos saudáveis ajudam a prevenir insuficiência renal crônica
A insuficiência renal crônica é a perda, de maneira lenta, do funcionamento dos rins quando o órgão tem seu funcionamento prejudicado, perdendo a capacidade de filtrar resíduos, sais e líquidos do sangue, removendo assim o excesso de água do organismo. Quando isso ocorre, a pessoa precisa submeter-se a tratamento de hemodiálise ou até mesmo transplante de rim. Segundo o urologista Giuliano Aita, a doença pode evoluir durante anos, de forma assintomática; por isso, a importância dos pacientes com diabetes, hipertensão arterial e cálculos renais solicitarem, aos seus médicos, o exame de creatinina, que permite a avaliação da função renal.
Além disso, ele destaca que alimentação saudável e hidratação são itens fundamentais e devem estar na lista dos cuidados que precisam ser adotados. “É importante a hidratação rigorosa, desde que não esteja consolidado o quadro de insuficiência renal no paciente. Além disso, deve-se ingerir bastante líquido e o paciente deve ter o volume urinário médio de 1,5 L/dia. Também é preciso evitar o excesso de sal, tanto adicionado nos alimentos quanto nos que são embutidos, pois aumentam as chances de lesão renal”, destaca.
O especialista ainda acrescenta que não se deve abusar das proteínas, sobretudo quem tem diabetes e hipertensão arterial, além de ter que evitar a ingestão de álcool. O urologista pontua também que o rim é muito importante para o funcionamento do nosso organismo, pois ele desempenha funções no equilíbrio dos líquidos e manutenção dos níveis de hemoglobinas no combate à anemia.
Fonte: Portal O Dia – 11/03/2016