O corpo humano possui dezenas de órgãos. Como uma orquestra, com vários instrumentos, cada órgão executa um trabalho específico, para que todo o corpo possa funcionar. Se acontece algum problema com um dos elementos essenciais é preciso trocar.
Foi o que aconteceu com Mônica Barbosa. Os rins dela pararam de funcionar por causa de uma diabetes. Em meio a inúmeras sessões de hemodiálise, ela descobriu que precisaria de um transplante. E o doador foi o próprio irmão.
O irmão, Fábio Barbosa, conta que decidiu doar o rim depois de ver o sofrimento dela, e diz que não se arrepende.
Mas nem todos tiveram a mesma sorte que a Mônica. Cerca de 20 mil pessoas em todo o país aguardam em uma fila para transplante de rim. O número equivale a 62% do total de pacientes à espera de um órgão.
A mãe de Aline Lucas, Marileida Pereira, sofre de nefrite crônica há mais de 30 anos. A doença ataca os rins, e ela precisa fazer hemodiálise todos os dias. A família não pode doar, e Marileida agora luta para conseguir um transplante.
No ano passado, foram realizados 5,5 mil transplantes de rim, número bem menor do que o de pessoas na lista de espera.
Para a médica nefrologista e membro da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), Tainá de Sandes, a tendência é que essa fila aumente.
De acordo com a ABTO, o primeiro semestre deste ano registrou 3,5 mil transplantes de rim, fígado e pâncreas contra mais de 3,6 mil no mesmo período do ano anterior. Essa queda não acontecia desde 2007.
Segundo a médica Tainá de Sandes, um dos principais obstáculos para a doação de órgãos é a recusa da família.
Depois do rim, a maior lista de espera é para transplante de córnea, seguida de fígado, pâncreas, coração e pulmão. Os locais com maior número de pacientes aguardando são os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Pernambuco e Minas Gerais.
Fonte: EBC – 24/09/2015