Um exame de urina (com dosagem de albumina) e outro de sangue (com dosagem de creatinina) são suficientes para analisar a taxa de função e a presença de dano renal.
A doença renal crônica é um problema de saúde pública mundial. No Brasil, estima-se que existam 10 milhões de pessoas com doença renal e, o mais preocupante, no estágio severo, esse índice cresce cerca de 8% ao ano. Os motivos são o aumento de importantes grupos de risco: hipertensos, diabéticos e idosos, além do tabagismo, sedentarismo, alimentação incorreta. São 100 mil brasileiros no estágio avançado da doença, fazendo diálise no país e o problema é que 75% dos que começam o tratamento de substituição da função renal sequer sabiam que estavam doentes.
Segundo o médico, Rui Alberto Gomes, do Instituto de Nefrologia de Mogi das Cruzes, essa “surpresa” acontece porque os sintomas, geralmente, só aparecem nos estágios mais avançados da doença, quando já é necessária a ajuda de uma máquina de diálise ou de um transplante de rim para o paciente sobreviver. No entanto, a triagem diagnóstica precoce é muito simples e deve ser feita ao menos uma vez por ano. Um exame de urina (com dosagem de albumina) e outro de sangue (com dosagem de creatinina) são suficientes para analisar a taxa de função e a presença de dano renal. O diagnóstico precoce possibilita a adoção de medidas de proteção renal, evitando ou retardando a perda da função do órgão. “Apesar de alta, a prevalência da doença renal severa ainda é pequena aqui no Brasil, quando comparada com países mais desenvolvidos. Isso porque a população não está sendo adequadamente diagnosticada. Precisamos conscientizar as pessoas e os próprios médicos sobre a importância da prevenção. O diagnóstico precoce pode conter o avanço da doença.”
Quando houver sinais de alteração renal, familiares com doença renal, hipertensão ou diabetes há vários anos, cálculos ou cistos renais, infecções urinárias de repetição, urina muito espumosa ou escura, inchaço nas mãos, nos pés ou nos olhos e dor lombar independente de movimentos, é preciso procurar um nefrologista.
De acordo com o médico, alguns cuidados simples devem fazer parte da rotina de qualquer pessoa: controlar bem a pressão arterial e o diabetes, fazer atividade física regularmente, manter o peso adequado, ter uma alimentação saudável, beber bastante água, não fumar e só usar remédios com orientação médica.
Fonte: Portal Comunique-se – 23/10/2014
