Saúde pública e a má gestão no SUS

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Semana passada o jornal Folha de São Paulo divulgou o relatório elaborado pelo Banco Mundial que revela os problemas do Sistema Único de Saúde (SUS). O documento mostra que não falta dinheiro, mas a desorganização e a ineficiência na gestão desses recursos geram os problemas de acesso e cuidados especializados no SUS.

Um dos principais problemas é o subfinanciamento já que mais da metade dos gastos com saúde no Brasil se concentra no setor privado. Isso sem falar das longas filas, da falta de leitos, de médicos e de medicamentos, dos erros de diagnóstico e tratamento, entre outros problemas que diariamente são pauta na mídia.
Esse relatório do Banco Mundial só veio para reforçar e provar que as mazelas do país são causadas por falta de uma gestão eficaz, eficiente e profícua. É revoltante o colapso no funcionamento dos hospitais brasileiros. Grande parte desses problemas poderia ser sanada se o Estado apostasse em profissionais capacitados e habilitados para gerir a coisa pública.
Atualmente, por exemplo, observamos que a Administração Hospitalar ainda é confiada a pessoas sem a plena capacidade administrativa para desenvolver determinadas atividades e tarefas. São profissionais com qualquer formação ou sem formação nenhuma e, muitas das vezes, estão onde estão em razão de favorecimento e/ou troca de favores.
Percebemos essa falta de critério não só na saúde, mas entre outros setores como educação, segurança, etc. Enquanto o país praticar esse tipo de gestão diletante, o Brasil não avançará. Vamos continuar vendo os recursos, fruto da alta carga tributária que tanto pesa no nosso bolso, sendo mal empregados.
Reconhecemos que o médico é o profissional imprescindível em um hospital, mas a gestão de um empreendimento hospitalar precisa e deve ser tocada por um profissional capacitado e habilitado para esta função, até porque o Brasil adotou o princípio da profissão regulamentada, garantindo que os serviços especializados e que impliquem em conhecimentos também especializados sejam prestados por pessoas com a qualificação exigida.
O exercício ilegal de uma profissão pode gerar muitos efeitos. No caso da má gestão de recursos públicos, vemos os males que trazem para a saúde econômica e financeira do país. Quem sofre com essa situação é o cidadão, que fica a mercê de serviços mal prestados.
Os Conselhos Federal e Regionais de Administração têm lutado com afinco no sentido de que o setor público, no âmbito de todos os poderes, compreenda a necessidade e a importância de deixarem os Administradores profissionais assumirem a gestão mediante assunção dos cargos que para seu desempenho é imprescindível a formação técnico-científica em Administração.
Lamentável essa situação do SUS apresentada pelo relatório do Banco Mundial. Até quando teremos casos semelhantes? Os líderes públicos deste país precisam atentar para esta grave crise de gestão dos recursos públicos e reconhecer que, definitivamente, administração é para administradores. Somente após essa atitude poderemos ter, talvez, políticas públicas eficientes e que, de fato, atendam a sociedade brasileira.
Fonte: Administradores – 19/12/2013

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