Pacientes se queixam da falta de vagas para hemodiálise em Sorocaba

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Doentes renais da cidade precisam se deslocar para outras cidades. Diretoria Regional de saúde afirma que custo do serviço é alto.
Sorocaba (SP) tem mais de 400 vagas para pacientes que precisam de hemodiálise. O número parece grande, mas é insuficiente para atender à demanda. Hoje, há moradores da cidade, doentes renais crônicos, que precisam enfrentar uma dura rotina de viagens, pelo menos três vezes por semana para fazer o tratamento em outro município.

O ajudante geral Marcelo de Toledo tem insuficiência renal e, aos 38 anos, precisa da companhia da irmã para ir ao hospital nos dias de hemodiálise. A bagagem é tão grande quanto à distância da casa deles em Sorocaba até o único local onde ele conseguiu vaga para fazer as sessões. O transporte é feito pela van da prefeitura que conta com quatro paradas para pegar pacientes, demora duas horas para chegar ao hospital em Itu (SP). "A médica falou que a gente teve até sorte de ser em Itu porque tem gente que está sendo mandado para Campinas, pra outras cidades. Eu fiquei espantada", contou a irmã do paciente Nelma de Toledo.
Sorocaba tem três hospitais que realizam hemodiálise pelo Sistema Único de Saúde (SUS): o Evangélico, o Leonor Mendes de Barros e o Santa Lucinda. Segundo a Diretoria Regional de Saúde, oito moradores da cidade são atendidos atualmente em Itu porque as 424 vagas disponíveis em Sorocaba estão preenchidas; 213 delas por pessoas que moram fora da cidade.
O remanejamento é responsabilidade de uma central de vagas, mas depois que estabelecido o local só é permitido, por lei, alterá-lo se houver o consentimento do paciente. O que é raro acontecer. "Eu queria ir para Sorocaba porque eu não tenho acompanhante para vir para Itu. Os pacientes que me ajudam, o motorista que me ajuda. A gente já pediu e eles dizem que não tem vaga lá", disse a aposentada Claudete de Fátima Santos Cardoso.
A viagem a Itu é só a primeira parte de uma rotina cansativa que esses pacientes renais crônicos de Sorocaba são obrigados a enfrentar três vezes por semana. A sessão de hemodiálise dura quatro horas e só depois, os pacientes voltam para a van que vai levá-los de volta para casa. Se alguém passar mal, todos precisam esperar.
Um desgaste ainda maior para quem sai sem forças do hospital, conta a dona de casa Rosa Maria Abiscula. "Tem vez da gente ficar uma hora no sol dentro da van esperando até o último sair e o motorista poder ir embora", desabafa.
Mas as vagas são limitadas também em outras cidades. De 1.058, hoje apenas 50 estão disponíveis em 48 municípios das regiões de Itapeva, Sorocaba e Itapetininga (SP). Segundo o diretor regional de saúde, o custo alto da infraestrutura dificulta a abertura de novos centros para a hemodiálise. Ele conta que estão previstas negociações para a ampliação de vagas no ano que vem. "Nós trabalhamos com a expectativa de que no ano que possa haver uma maior doação de órgãos, de rins, e que muitos desses pacientes possam ser transplantados e saiam do programa. Então não é só com novas vagas, nós precisamos pensar sempre que os pacientes precisam sair do programa, precisam ser curados de alguma forma, precisam mudar o seu status", João Márcio Gardia.
Sobre a reclamação do paciente em relação ao lanche, a Secretaria de Estado da Saúde afirma que a responsabilidade é da clínica. A Clínica Lund, em Itu, afirma que é padrão oferecer apenas um lanche leve aos pacientes porque a hemodiálise baixa a pressão arterial. Eles serviam almoço há alguns anos, mas o quadro de pressão baixa se intensifica, por isso, houve a substituição pelo lanche, composto por pão com manteiga, suco ou café com leite, o que seria padrão.
Fonte: G1 – 25/09/2013

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