Medicamentos de alto custo estão em falta em farmácia da Unicamp. Secretaria Estadual de Saúde afirmou que comprimidos serão distribuídos.
Pacientes que fizeram transplantes de rins recentemente estão com dificuldades para conseguir remédios de alto custo em Campinas (SP). Os medicamentos estão em falta há uma semana na Farmácia da Unicamp. A Secretaria Estadual de Saúde informou, em nota oficial, que os produtos são adquiridos pelo Ministério da Saúde e só depois enviados ao estado. Os comprimidos que estão em falta são Micofenolato de Sódio e Tracolimus, que têm preços entre R$ 1 mil a R$ 3 mil.
O paciente Gilson da Silva fez hemodiálise por dois anos até conseguir fazer o transplante de rim. Atualmente, ele precisa tomar oito comprimidos para evitar a rejeição do órgão. No entanto, ele não consegue os produtos desde o final do mês. “Falam que estão em falta e ninguém faz nada. Não sei quando vai chegar”, disse.
Já alguns pacientes de Limeira decidiram criar um grupo de empréstimo de medicamentos. Caso alguém tenha remédio sobrando, cede para outra pessoa que não conseguiu adquirir o produto. “Um vai salvando o outro, só que chega uma hora que falta e você não tem mais como emprestar. É difícil, se eu não tomar, eu vou ter que voltar a fazer hemodiálise, e eu na hemodiálise custo bem mais do que o valor do remédio, então a gente fica sem entender”, afirmou.
O médico nefrologista José Marcelo Morelli afirmou que a falta do remédio pode acelerar o processo inflamatório e provocar rejeição do órgão novo. “Poucos dias sem o remédio já é o suficiente para iniciar o processo de rejeição e um órgão que poderia durar 20 ou 30 anos vai durar menos tempo”, explicou.
Em nota, o governo estadual ainda informou que recebeu as amostras do Micofenolato de Sódio com atraso e já iniciou a distribuição. Já sobre o Tracolimus, a Secretaria de Saúde orientou os pacientes a entrarem em contato com o governo federal para saber os prazos. O Ministério da Saúde informou que os dois medicamentos foram entregues e, portanto, não há nenhuma irregularidade com os remédios.
Fonte: G1 – http://g1.globo.com – 09/01/2017