Maria Eduarda Alves, a Duda, tem 11 anos, mas já enfrenta uma rotina difícil, até mesmo para um adulto. De segunda a sábado a garotinha precisa largar as brincadeiras e se prender a uma máquina para se manter viva. Duda tem cistinose, doença genética. O aminoácido “cistina” se acumula em vários órgãos do corpo dela. Filtra todo o sangue por meio de hemodiálise.
E a angústia da garotinha pelo tratamento tem motivo: o processo é realizado em uma sala fria, numa poltrona desconfortável. O paciente chega a ficar até quatro horas ali. Para tentar que o tratamento se torne menos doloroso, o Imip inaugurou uma nova sala para atendimento. Nela, Duda e mais 40 pacientes da instituição farão o tratamento com mais conforto e terão a tecnologia como aliada.
Criado pela ONG Casa da Criança, a metodologia “Q’Alegria” oferece um processo de humanização e leva conforto para os pacientes que enfrentam tratamentos delicados. Com a reforma, o Centro de Neufrologia Pediátrica do Imip passa a ter oito estações com equipamentos multimídia. Em cada unidade, as crianças terão vídeo-game, jogos e até cromoterapia.
“O Q’Alegria é um equipamento utilizado para levar entretenimento para as crianças que estão em tratamento. Começamos levando este projeto para o atendimento de crianças com câncer que fazem quimioterapia e agora trazemos para o tratamento de hemodiálise”, explicou a presidente da ONG, Patrícia Chalaça.
Desde 1999, a ONG já ajudou mais de 50 instituições de crianças no Brasil inteiro e já aplicou o Q’Alegria em seis estados. “Quanto mais instituições ajudamos, mais temos vontade de ajudar e a intenção é levar o projeto para mais espaços”, completou.
Para o coordenador da Unidade, José Pacheco, o novo ambiente trará benefícios. “Diminuir o estresse e a ansiedade das crianças melhora o prognóstico. A cromoterapia, por exemplo, minimiza a ansiedade que altera parâmetros como a frequência cardíaca e a pressão arterial.” O espaço foi montado com recursos do MPT, que destinou R$140 mil provenientes de multas de empresas para o Imip.
Fonte: Folha PE http://www.folhape.com.br/ – 16/06/2016
