Crise em Goiânia: dívida de R$ 8 milhões com clínicas de diálise coloca pacientes renais em risco

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Apesar de o Governo Federal repassar os recursos, prefeitura não cumpre prazo legal para pagamento; atraso de três meses ameaça serviços e pode levar ao colapso no atendimento a quase 2 mil pacientes.

A saúde pública em Goiânia enfrenta um novo impasse. Com uma dívida acumulada de mais de R$ 8 milhões com clínicas de diálise, quase 2 mil pacientes renais correm o risco de ficar sem tratamento. O atraso no pagamento, que já ultrapassa três meses, contraria a legislação federal que determina a quitação em até cinco dias úteis após o repasse dos recursos pela União.

A Associação Brasileira das Clínicas de Diálise e Transplante (ABCDT) alerta que a situação chegou a um ponto crítico. “Estamos recebendo um valor defasado e, ainda assim, não temos garantia de pagamento em dia. O tratamento de pacientes renais é essencial, e os atrasos colocam vidas em risco”, afirma o presidente da entidade, Dr. Yussif Ali Mere Júnior.

As clínicas cogitam suspender o atendimento a novos pacientes do SUS, transferindo a responsabilidade para os hospitais, o que eleva significativamente os custos do tratamento. Além disso, algumas podem ser forçadas a encerrar os serviços.

Para evitar o colapso, a ABCDT prepara novas ações, incluindo o acionamento do Ministério Público e do Ministério da Saúde. A entidade também considera propor ao Governo de Goiás que assuma a gestão da Terapia Renal Substitutiva (TRS) na capital.

Embora a prefeitura de Goiânia tenha declarado intenção de renegociar dívidas, a ABCDT critica a recorrência dos atrasos, que já se tornaram um padrão na administração municipal. “O paciente renal não pode esperar. Cada sessão de hemodiálise é uma questão de sobrevivência”, ressalta Yussif.

Se o cenário persistir, o impacto será devastador: menos oferta de tratamento, risco à vida de milhares de pacientes e custos ainda maiores para o sistema de saúde. A ABCDT reforça a necessidade de cumprimento dos prazos legais e alerta para a urgência de uma solução definitiva.

Fonte: Jornal Hora Extra