Aos 97 anos, jornalista enfrentava problemas nos rins e fazia diálise com frequência. Ele morreu nesta quinta-feira
O jornalista e apresentador Cid Moreira morreu na manhã de quinta-feira (3) aos 97 anos. Ele estava internado no Hospital Santa Teresa, em Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro. A causa da morte de Cid Moreira foi falência múltipla de órgãos após quadro de pneumonia.
Uma das vozes mais conhecidas da televisão brasileira, o jornalista enfrentava problemas nos rins, e já fazia diálise com frequência. Debilitado, ele não resistiu.
O que é falência múltipla de órgãos
Também chamada de Síndrome da Falência de Múltiplos Órgãos (SFMO), a falência múltipla dos órgãos se caracteriza pela deterioração aguda de dois ou mais órgãos, que acabam perdendo sua função ao mesmo tempo. O que leva a sepse (choque séptico).
Segundo o Ministério da Saúde, esta é a causa mais comum para a síndrome, que também pode ser desencadeada por infecções generalizadas, traumas queimaduras, pancreatite, síndromes de aspiração, doenças autoimunes, eclampsia e envenenamento.
Os órgãos mais afetados são:
- Pulmões
- Rins
- Estômago
- Fígado
Ainda é possível que haja lesões cardíacas, cerebrais, intestinais e glandulares, alterando os perfis de imunidade e coagulação.
O diagnóstico é feito pela avaliação de sintomas clínicos e do resultado de exames físicos e laboratoriais que apresentam, por exemplo, frequência cardíaca acima de 90 batimentos por minuto e aumento ou redução significativa de leucócitos (células brancas) no sangue.
Chance de morte é grande
Com a gravidade da deterioração multiorgânica, a síndrome está vinculada à elevada morbidade e mortalidade.
O índice de letalidade sobe de 60%, quando dois órgãos estão comprometidos, para 85% com o comprometimento de três órgãos, e passa a 100%, quando há falência de quatro órgãos ou mais.
No Brasil, cerca de 25% dos pacientes internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) apresentam falência múltipla de órgãos.
Curiosamente, a primeira descrição detalhada sobre a síndrome foi publicada em 1974 pelo médico brasileiro Granville Garcia de Oliveira. Pelo trabalho, Oliveira chegou a ser indicado para receber o Prêmio Nobel de Medicina.
Fonte: Zero Hora GZH