Jobe Fernandes de Carvalho e Amanda Almeida Carvalho compartilham mais do que laços de sangue e amor. Eles compartilham vida!
Jobe Fernandes de Carvalho tem 57 anos, mora em Cariacica e, desde que sua filha Amanda Almeida Carvalho nasceu, há 27 anos, comemora o Dia dos Pais. Mas, desde julho deste ano, a data ganhou um significado diferente, carregado de emoção. Foi neste ano que o pai doou um rim para a filha. Desde então, a relação dos dois, que sempre foi próxima, se intensificou ainda mais.
Amanda foi diagnosticada com Síndrome de Berger aos 12 anos, uma doença genética e autoimune que afeta os rins. “Até os meus 24/25 anos eu não tinha sintomas da insuficiência renal, até então a doença estava ‘adormecida’,” relembra Amanda. Contudo, em 2022, os primeiros sinais começaram a aparecer: câimbras e coceira, indicativos de que seus rins não estavam mais filtrando as toxinas adequadamente.
A situação se agravou no final de maio de 2023, quando Amanda passou mal por vários dias seguidos, sentindo fraqueza e enjoo. Uma visita ao pronto atendimento revelou taxas extremamente altas de ureia e creatinina, levando-a a uma hemodiálise de urgência. “Só comecei a fazer diálise peritoneal no ano passado, quando meus rins pararam de vez e os médicos concluíram que não tinha mais o que fazer além da diálise,” explicou Amanda.
Desde o início, seus pais se mostraram dispostos a doar um rim para salvar a vida da filha. “Não demorou muito para a equipe responsável pelo transplante entrar em contato com a gente e logo começamos as consultas com os pais, onde o médico avalia quem está mais apto para o procedimento,” conta Amanda. Jobe, tendo o mesmo tipo sanguíneo que a filha, foi considerado o doador mais adequado. “Começamos a fazer todos os exames, as provas cruzadas para avaliar o nível de compatibilidade e foi dando tudo certo.”
O período entre o diagnóstico da falência renal e o transplante foi de pouco mais de um ano. No dia 2 de julho, Amanda e Jobe passaram por uma cirurgia no Hospital Evangélico de Vila Velha que trouxe um misto de sentimentos.
“Ao mesmo tempo que me senti segura e confortada pelo meu pai, também rolava uma angústia, aquele frio na barriga de algo não dar certo,” confessa Amanda. “Meu maior medo era meu organismo rejeitar o órgão e todo esse processo ter sido ‘à toa’,” confessa. No entanto, a equipe médica sempre transmitiu muita segurança, o que ajudou a acalmar seus temores.
Hoje, tanto Amanda quanto seu pai levam uma vida quase normal. “Temos que continuar cuidando da alimentação, fazer exercícios físicos, enfim, não podemos relaxar e descuidar da saúde,” afirma Amanda. A doação de Jobe não só salvou a vida de sua filha, mas também fortaleceu ainda mais o amor entre os dois.
Fonte: ES 360