Clínica de hemodiálise reduz atendimentos após falta de abastecimento de água em Parnaíba

0
382

A única clínica que realiza atendimentos a pacientes renais em Parnaíba, no litoral do Piauí, informou que está reduzindo as sessões por conta do desabastecimento de água no local. A unidade afirmou que desde segunda-feira (17) passou a diminuir a duração das sessões aos pacientes – que costumam ser de três sessões semanais de 4 horas para três sessões semanais de 3 horas. A Agespisa informou que houve desabastecimento de água na segunda-feira (17), mas que foi feito um reparo e que o serviço já foi normalizado.

Segundo o administrador da clínica Unirim, Diógennes Ferreira, desde a quinta-feira da semana passada (13), a clínica tem sofrido com faltas de água durante o dia – com o retorno somente no turno da noite, mas que não tem sido suficiente para abastecer os reservatórios da clínica.

“Fomos obrigados a reduzir o tempo de hemodiálise, por falhas no abastecimento de água da Agespisa. Os pacientes realizam 3 sessões por semana, 4 horas por dia. Fomos obrigados a reduzir o tempo de hemodiálise, para garantir a hemodiálise de todos os pacientes e de alguns casos de urgência. Desde quinta as faltas está sendo diariamente, chegando somente a noite. Hoje por exemplo faltou por volta das 8h e até o momento estamos sem abastecimento. A noite chega, mas insuficiente para encher nossa reserva, que inclusive foi dobrada no último semestre, prevendo essa situação, mas uma semana com falha no abastecimento até nossa reserva foi comprometida”, disse ao Cidadeverde.com.

A clínica, que segundo o administrador atende cerca de 115 pacientes da região da planície litorânea do Piauí, além dos estados do Maranhão e Ceará, têm cerca de 98% dos pacientes atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

A redução do tempo de hemodiálise, em um prazo maior, pode trazer problemas para a saúde dos pacientes. O procedimento consiste no uso de uma máquina que filtra e limpa o sangue, fazendo parte do trabalho que o rim doente não pode fazer.

De acordo com o nefrologista Paulo Oliveira Filho, a um longo prazo, pode ter consequências como acúmulo de líquido e de substâncias prejudiciais à saúde.

“Acúmulo de liquido no organismo, necessidade de remoção de mais peso em menor tempo, acúmulo de potássio e fósforo. Em consequência, arritmias, maiores variações da pressão arterial, e a longo prazo: maior morbi-mortalidade”, explicou.

A Agespisa disse ao Cidadeverde.com que duas bombas de uma adutora de abastecimento em Parnaíba queimaram, mas que a substituição já está sendo feita e que o abastecimento deve ser restabelecido gradualmente na cidade. A empresa disse, no entanto, que a área relativa à clínica Unirim teve um problema de interrupção de água na segunda-feira (17), mas que a correção de vazamento foi feita e o fornecimento foi normalizado.

Fonte: cidadeverde.com