NO SUFOCO

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R$ 302,87. Esse é o custo médio de cada sessão de hemodiálise no Brasil, de acordo com estudo feito pela Associação Brasileira dos Centros de Diálise e Transplante (ABCDT) em parceria com a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN). Hoje o repasse do SUS para pagar por essas sessões é de apenas R$ 218,47 e as tentativas de negociação com o Ministério da Saúde para conseguir um reajuste na Tabela SUS não estão tendo sucesso. A última reunião, realizada esta semana, ficou sem conclusão e as discussões serão retomadas apenas mês que vem. As entidades alertam que o risco de uma crise humanitária com fechamento de clínicas é iminente.

Hoje o país tem cerca de 150 mil pacientes em tratamento de hemodiálise sendo mais de 90% SUS. Os pacientes necessitam desse tratamento pelo menos três vezes por semana e não podem em hipótese nenhuma ter a diálise interrompida.  OS renais crônicos são atendidos, na sua grande maioria (mais de 87%), por clínicas privadas com e sem fins lucrativos (65% e 35%).

No meio do caminho ainda tem o piso da enfermagem

A ABCDT calcula em R$ 650 milhões o impacto do aumento do piso da enfermagem nas cerca de 800 clínicas privadas que prestam serviços aos SUS.  Como a portaria 597 do Ministério da Saúde que determinou a destinação de recursos para custear o novo piso não é clara, e com valor destinado insuficiente para custear esse aumento de despesa em todo país, as clínicas estão sem saber como fazer. A orientação é notificar cada gestor municipal ou estadual de saúde para informar seus custos com pessoal e saber se de fato vão poder remunerar os funcionários e receber por isso. Isso, num momento em que sofrem com a Tabela SUS da Diálise defasada em 40%. A conta não fecha e, por isso, mais de 40 clínicas já encerraram as atividades no Brasil nos últimos 5 anos. Mas os enfermeiros esperam pelo piso já no próximo salário.