Em atendimento ao pleito da Associação Brasileira de Centros de Diálise e Transplantes (ABCDT), com o apoio da Sociedade de Nefrologia do Estado do Rio de Janeiro (SONERJ), o Ministério da Saúde reconheceu o direito de cobrança de serviços adicionais às sessões de diálise, como consultas médicas e de serviços de profissionais de nível superior, entre eles nutrição, assistência social e psicologia; além de outros custos como o de taxa de administração e medicamentos.
“Diante da grave crise financeira que muitas clínicas se encontram atualmente com o aumento dos custos em geral, esse valor é importante. É um respiro. Muitas estão à beira da falência. Outras já fecharam. Então, todo e qualquer complemento é bem-vindo pelo setor. Mas continuamos lutando pelo reajuste da tabela SUS, pois hoje o valor pago em cada sessão de diálise está defasado em 39%”, afirma o presidente da ABCDT, Yussif Ali Mere Júnior.
Para que cada clínica possa cobrar os valores devidos, deverá buscar aditivar o contrato junto às secretarias responsáveis pelo convênio (estaduais ou municipais).
Cerca de 150 mil pacientes renais crônicos fazem tratamento de diálise nas mais de 840 clínicas espalhadas pelo Brasil. Somente nos últimos seis anos, cerca de 45 clínicas foram à falência no país por causa de repasses insuficientes.
“Além de reajuste de tabela SUS, estamos buscando que municípios e estados cumpram o dever de também financiar os serviços de diálise. Os cofinanciamentos são muito necessários, mas apenas os estados do Rio de Janeiro, Mato Grosso, Santa Catarina e mais recentemente o Paraná, complementam os custos da diálise. Hoje, o SUS paga R$ 218,47 por diálise, contra um custo médio de R$ 288,54 por sessão. Há um risco real de desassistência no setor”, enfatiza o presidente da ABCDT, Yussif Ali Mere Júnior.
