POR QUE QUEM TEM DOENÇAS RENAIS CRÔNICAS ESTÁ NO GRUPO DE MAIS VULNERÁVEIS AO CORONAVÍRUS? SAIBA QUAIS SÃO OS RISCOS

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Imunidade de quem tem doença renal crônica é baixa e sintomas podem ser mais graves nesses pacientes. Ao G1, especialistas explicam os cuidados que eles devem tomar.
Pessoas que têm Doenças Renais Crônicas (DRC) estão entre os grupos mais vulneráveis ao novo coronavírus por não produzirem hormônios renais e terem baixa imunidade. Relatórios da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde colocam as pessoas que têm alguma das DRC entre os mais suscetíveis à Covid-19.
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Segundo o Ministério da Saúde, as DRC são diferentes alterações que afetam tanto a estrutura, quanto a função renal.
Alcino Gama, Nefrologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz e especialista em imunologia do transplante renal pela Université Laval, no Canadá, explica que os rins são os órgãos responsáveis pela limpeza do sangue. “Eles produzem a urina que é o produto em que algumas impurezas são eliminadas.”
Gama explica ainda que a DRC é o resultado final de diversos “machucados” aos rins provocados por outras doenças, como a Hipertensão arterial e o diabetes.
A OMS estima que 1 em cada 10 adultos têm algum grau de DRC. Muitos com grau leve, sem a evolução para a necessidade de dialise.
De acordo com médicos ouvidos pelo G1, os principais fatores que explicam a vulnerabilidade são:
Pessoas com insuficiência renal tem uma imunidade mais baixa
Um dos fatores para a vulnerabilidade é que não há produção de hormônios renais, como a eritropoetina, que contribui na formação de glóbulos vermelhos
Pacientes transplantados fazem uso de medicamentos que tornam a imunidade mais baixa
Veja os cuidados específicos que pessoas com Doença Renal Cônica devem tomar:
Evitar hospitais – as infecções virais se complicam com infecções bacterianas ou hospitalares
Vacinação a outros tipos de doenças
Em caso de suspeita ou confirmação da Covid-19, não interromper a diálise.
Entenda os riscos para pessoas com Doenças Renais Crônicas
O nefrologista Alcino Gama explica que há três cenários diferentes para os pacientes com alguma DRC. O primeiro cenário é o dos pacientes em estágio inicial (sem diálise e sem transplante), que têm imunidade mais baixa por causa do acúmulo das impurezas no sangue. O segundo, é o dos pacientes que fazem diálise, que têm a mesma imunidade baixa e muitas vezes precisam realizar o procedimento em uma sala de diálise com outros pacientes na mesma situação. O último, é o dos pacientes que são transplantados renais, que tomam remédio para baixar a imunidade como parte do tratamento.
Rosana Richtmann, Infectologista do Instituto Emílio Ribas, explica que a pessoa com alguma doença renal crônica tem resposta imunológica pior do que uma pessoa que não tem DRC. Isso acontece pelo fato do paciente não ter o rim como um filtro e por ele ele usar uma filtragem artificial.
Marcello Bossois, alergista e coordenador do Projeto Brasil sem Alergia, explica que o doente renal crônico é imunocomprometido e não produz hormonais renais, como a eritropoetina, que contribui na formação de glóbulos vermelhos. Por isso, é comum que esses pacientes possam ter anemia.
O infectologista Leonardo Weissmann, consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia, explica que pessoas com insuficiência renal têm uma imunidade mais baixa. Assim, fazem parte do grupo de risco para formas mais graves da Covid-19.
Mais recomendações para pessoas com DRC
O nefrologista Alcino Gama, recomenda que os pacientes sigam as orientações dos seus médicos e atualizem as suas vacinas. Para os pacientes transplantados ele destaca que é importante que não se mediquem sem orientação médica, nem alterem as doses dos seus remédios imunossupressores sem a orientação do seu nefrologista.
“Para a prevenção, é importante o controle da atividade renal, a vacinação contra outros tipos de doenças e seguir o calendário da Sociedade Brasileira de Imunização. Infecções virais se complicam com infecções bacterianas ou infecção hospitalar. Por isso, é bom evitar hospitais”, explica Marcello Bossois, alergista e coordenador do Projeto Brasil sem Alergia.
A Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) divulgou uma nota de recomendações, muitas delas sobre como as unidades de diálise devem proceder para receber os pacientes.
Dentre as principais diretrizes, a SBN reforça a importância dos pacientes portadores de Doença Renal Crônica, que tiverem suspeita ou contraírem o vírus a não interromperem a diálise.
Em pacientes portadores de Doença Renal Crônica em diálise, a SBN não recomenda medidas que reduzam o tempo ou a frequência do tratamento dialítico nos casos suspeitos ou confirmados de infecção pelo COVID-19 – afirma a nota.
Os especialistas também citam cuidados básicos para evitar o contágio do coronavírus: lavar as mãos, evitar tocar o rosto sem higienizar as mãos e evitar aglomerações.
Fonte: G1/NACIONAL – https://g1.globo.com/bemestar/coronavirus/noticia/2020/03/12/saiba-quem-tem-doencas-renais-cronicas-esta-no-grupo-de-mais-vulneraveis-ao-coronavirus-e-quais-sao-os-riscos.ghtml – 13/03/2020