Governo do Estado não paga clínica que presta serviços de hemodiálise a 290 pacientes em Bacabal e Zé Doca

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Com a falta do repasse, 290 pacientes são prejudicados pela ausência de recursos para oferecer o tratamento adequado. O atraso é recorrente.
A falta de pagamento das sessões de hemodiálise ameaça o tratamento de 290 pacientes renais que recebem Terapia Renal Substitutiva (TRS) para filtrar artificialmente o sangue, na cidade de Bacabal, no interior do Maranhão. A clínica Biorim é a única que atende os pacientes das regiões de Bacabal, Santa Inês e Zé Doca. Os recursos referentes aos serviços prestados em julho e agosto, que totalizam R$ 1.492.454, ainda não foram pagos pela Secretaria de Estado da Saúde. A Associação Brasileira dos Centros de Diálise e Transplante (ABCDT) alerta as autoridades do Maranhão quanto às crescentes dificuldades de acesso ao tratamento, essencial à vida destes pacientes.
Os valores de julho e agosto de 2019, que se aproximam de R$ 1,5 milhão, já foram destinados pelo Governo Federal ao estado do Maranhão nos dias 12/08 e 16/09/2019, respectivamente. O pagamento deveria ter sido feito até o 5º dia útil, após o recebimento do recurso federal. No entanto, ainda não foram repassados à prestadora dos serviços. O atraso no pagamento da hemodiálise pela Secretaria de Saúde do Estado é recorrente.
Mesmo com as dramáticas condições de recursos, a Biorim continua atendendo aos pacientes com doença renal crônica. O diretor da clínica, Afonso Paulo Costa Ferro, afirma que o atraso coloca a empresa e os pacientes em situação delicada: “Assim como nossos pacientes, lutamos para sobreviver, amarga dívidas e atrasos no pagamento dos profissionais e fornecedores. A clínica continua operando, mas graças às reservas financeiras próprias”.
No Maranhão três clínicas recebem por meio do Estado e atendem juntas 800 pacientes. No total, entre clínicas que recebem por município e pelo Estado, tratam entre 1.800 e 2.000 pacientes. A Associação Brasileira dos Centros de Diálise e Transplante (ABCDT) luta constantemente pelo fim dos atrasos de repasses, que agravam a situação da TRS, e reitera a importância de a Secretaria de Saúde do Estado do Maranhão manter-se dentro do prazo legal da Portaria Ministerial quanto aos recursos do Fundo Nacional de Saúde destinados à nefrologia.
Yussif Ali Mere Jr., presidente da Associação, afirma que o atraso coloca as clínicas em situação delicada: “Nossa maior preocupação está ligada à menor oferta de tratamento à população, uma vez que os pacientes dependem única e exclusivamente das sessões de hemodiálise para sobreviverem. A realidade que estamos vivendo na diálise no Brasil é absolutamente incompatível com o sucesso do tratamento”, destacou, ao tornar público a falta de pagamento por parte do Governo do Estado, que pode prejudicar diretamente 290 pessoas que dependem de tratamento exclusivamente das sessões de hemodiálise para sobreviverem.
Fonte – A Associação Brasileira dos Centros de Diálise e Transplante (ABCDT)
Fonte: Blog Aldir Dantas – https://aldirdantas.com/ – 16/10/2019