Famílias que se utilizam de vans alugadas pela prefeitura de Diadema para se deslocarem para hospitais e clínicas, usaram a Tribuna Livre da Câmara para reclamar do corte no serviço do transporte. A informação é a de que 10 vans a serviço da secretaria de saúde teriam sido cortadas. A secretaria de educação, também atendida pelo mesmo contrato, também é afetada. A empresa Hiplan Construções e Serviços de Manutenção Urbana Ltda. foi contratada em maio de 2018, para prestar o serviço de transporte de passageiros para estas duas secretarias e também para a pasta de Obras.
Renata de Almeida Freires, mãe de uma criança com necessidades especiais foi a primeira a usar a tribuna. Ela disse que a filha, de um ano e nove meses, precisa de fisioterapia respiratória e motora e depende do atendimento das vans. “Quem me avisou nem foi a secretaria de saúde foi o próprio motorista da van que disse que meu benefício seria cortado. Na secretaria de Saúde me disseram que eu já tenho direito ao benefício do bolsa transporte, mas como vou andar com minha filha no carrinho, o motorista do ônibus não vai baixar a plataforma para um carrinho de bebê. Para tudo que eu preciso para minha filha tenho que ir para São Paulo porque em Diadema não tem nada, a única coisa que eu consegui foi o transporte e agora nem isso tenho mais. A gente tem que ficar se humilhando, isso é um absurdo”, reclamou. Outros usuários também reclamaram da necessidade das vans
Francisco José Adão Júnior, procurador da empresa, disse que foi a prefeitura que determinou a redução dos carros. “A redução dos veículos partiu da prefeitura. A empresa participou legalmente de uma licitação e nos sagramos vencedores. Tinha uma frota estimada e quem reduziu foi a prefeitura inclusive fora da lei, que diz que a supressão seria de 25% e a supressão foi de mais de 40%. O contrato antigo já vinha sendo reduzida. Começamos com 51 carros para a secretaria de Obras, Saúde e Educação.
Em nota a prefeitura de Diadema informa que a concessão do transporte segue protocolo de regulação do acesso, que preconiza avaliação de equipe de assistência social e médicos reguladores, pactuado no Conselho Municipal de Saúde no segundo semestre de 2018. “A Prefeitura realiza o transporte de pacientes para tratamentos de hemodiálise, oncológicos (quimioterapia, radioterapia, consultas, exames e procedimentos) e pessoas com deficiência, além de transporte fora do domicílio (TFD) para viagens acima de 50 km de distância. São atendidas 400 pessoas mensalmente, o que representa, em média, 6.390 deslocamentos (ida e volta) por mês. Em 22 de julho, começou uma nova reorganização desse serviço com adequações logísticas para garantir o transporte a todos os usuários. Neste período, parte dos moradores foi informada sobre possíveis alterações ou impossibilidade temporária de atendimento. O serviço de transporte sanitário será retomado no decorrer da próxima semana, com a complementação de frota própria da Prefeitura e sem onerar o município”.
O gestor do contrato na prefeitura, Marcos Komatsu, esteve na Câmara e disse que o problema é financeiro. Ele relatou que na secretaria de Obras todos os carros foram cortados, e alguns foram retirados da secretaria de Saúde 5 vans e Educação, 3 carros. “Por decisão financeira a prefeitura foi obrigada a esta decisão”.
O vereador Ronaldo Lacerda (PT) informou disse que a prefeitura terá que prestar contas do corte. Ele disse que está elaborando requerimento pedindo informações sobre os valores dos contratos. “Essas pessoas não podem ficar sem o serviço, alguém da prefeitura precisa dizer de onde vai cortar para manter o atendimento”. Na segunda-feira (05/08) acontece uma reunião na prefeitura com representantes das secretarias de Saúde e Finanças, quando os moradores prejudicados com o corte do serviço, além de vereadores.
Fonte: Repórter Diário – https://www.reporterdiario.com.br/noticia/2706330/diadema-corta-transporte-de-pacientes/ – 02/08/2019
