Unidades afirmam que não têm recebido repasse da prefeitura e estão sem dinheiro para comprar material e medicamentos. Clínicas alegam que verba recebida não é suficiente.
Pacientes que fazem tratamento de hemodiálise em clínicas conveniadas ao Sistema Único de Saúde (SUS) estão enfrentando dificuldades para fazer o tratamento. As unidades afirmam que não têm recebido o repasse da Prefeitura do Rio e estão sem dinheiro para comprar material e medicamentos.
Três vezes por semana, José Chagas Filho precisa fazer hemodiálise porque os rins não funcionam bem. A rotina, que se repete há 30 anos, está ameaçada por causa do não funcionamento das clínicas. “Ultimamente, eu não tenho nem conseguido dormir direito de tão preocupado com a situação financeira da clínica”, disse.
O Ministério da Saúde envia uma verba para a prefeitura repassar para a clínica particular fazer os atendimentos. No entanto, desde 2017, os profissionais têm convivido com a incerteza do pagamento.
Em outubro, as clínicas não receberam nada. Os médicos contaram que, mesmo assim, a prefeitura pediu para emitirem nota fiscal do pagamento. O valor indicado pelo município não eram nem 10% do que os centros de hemodiálise deveriam receber.
Uma das unidades da cidade tinha que receber R$650 mil por mês. Mas a nota fiscal de outubro indicava um repasse de R$51 mil. Por causa disso, os donos da clínica tiveram que pegar empréstimo no banco para pagar as contas de luz, de água e comprar material.
Além da falta de pagamento, o valor repassado pelo Ministério da Saúde é menor do que o custo que os centros de hemodiálise realmente têm. O último reajuste foi em janeiro de 2017. Atualmente, o SUS paga R$197,20 por cada sessão de diálise. Mas, as clínicas dizem que gastam, em média, R$253, porque o material usado é importado.
O Ministério da Saúde disse que, de 2017 para 2018, aumentou os valores aplicados no tratamento de hemodiálise. Afirmou também que expandiu em 45% a rede de serviços habilitados para a assistência aos pacientes e que o Rio de Janeiro recebeu R$ 1 bilhão para os procedimentos de nefrologia.
A prefeitura disse que o pagamento do serviço de hemodiálise segue como “relevante prioridade” e, por isso, foi solicitada a nota fiscal em conformidade com a lei para a quitação parcial, a partir dos recursos disponíveis neste momento. Afirmou que não há irregularidade em pagar parte do valor devido e informou que notificou as empresas a manter os serviços estabelecidos em contrato.
CONFIRA REPORTAGEM
Fonte: G1 – https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2018/11/30/pacientes-enfrentam-dificuldades-para-fazer-tratamento-de-hemodialise-no-rio.ghtml – 30/11/2018