Instituto de Doenças Renais alega que não receber pelos serviços prestados desde o mês de agosto.
O Instituto de Doenças Renais (IDR) de Samambaia ameaça suspender os serviços de hemodiálise feitos em pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) por falta de pagamento. De acordo com a clínica, a secretaria de Saúde do DF não tem feito os repasses destinados pelo Ministério da Saúde desde o mês de agosto.
Conveniado pelo GDF, o IDR oferece os serviços de hemodiálise para cerca de 200 pacientes do Distrito Federal. Segundo o convênio, o Ministério da Saúde repassa o dinheiro para o GDF, que em seguida deve pagar a clínica.
“O Ministério da Saúde repassa a verba para o GDF, porém esse não honra com os pagamentos. Pelo contrato deveríamos receber sempre no quinto dia útil de cada mês, mas apenas nesta semana caiu na nossa conta os valores referentes ao mês de agosto”, afirma Edson Santos, diretor administrativo do IDR.
Com os atrasos nos repasses, a clínica tem informado ao pacientes atendidos que os serviços poderão ser suspensos nos próximos dois meses. “Temos 60 dias para encerrar os serviços. Estamos comunicando os pacientes que, caso os pagamentos não se regularizem, teremos que para de atendê-los”, completou Edson.
Em nota, a secretaria de Saúde alegou que tem recebido as notas para pagamentos com atrasos por parte do instituto e que por isso os repasses não estão normalizados. “A Secretaria de Saúde informa que recebeu, em outubro, a fatura do mês de agosto da IDR clínica de hemodiálise. A pasta esclarece que as faturas, primeiramente, são encaminhadas pela própria clínica ao Ministério da Saúde, só depois são repassadas à Saúde local. Ou seja, o atraso ocorre na entrega de documentos por parte da empresa”, afirmou.
A informação, no entanto, é questionada pelo diretor do IDR. Segundo ele, as informações e notas são passadas sempre nas datas estipuladas pelo contrato. “O sistema é eletrônico e ao final de cada mês passamos para o Ministério da Saúde quantos atendimentos foram feitos, após isso mandamos a nota para que o GDF libere o pagamento. Por exemplo, no dia 19 de outubro eles receberam o repasse do governo federal referente a nossos serviços e até agora finalizando o mês de novembro ainda não recebemos o valor”, rebateu Edson Santos.
Associação pede que valores sejam reajustados
Além dos atrasos nos pagamentos, a Associação Brasileira dos Centros de Diálise e Transplante (ABCDT) cobra que os valores pagos pelos serviços sejam reajustados. Segundo a entidade, o SUS paga R$ 194,20 por sessão de hemodiálise.
“As clínicas estão em insolvência financeira, muitas em fase falimentar, e já ultrapassaram todos os limites de sobrevivência”, alega Marcos Vieira, presidente da ABCDT.
Segundo Vieira, o último reajuste foi em 2017, porém a quantia ainda é insuficiente e as clínicas precisam arcar com a diferença de R$ 37,42 em cada sessão. “A consequência disso é que os pacientes renais crônicos, que dependem da hemodiálise três vezes por semana – 4h por sessão – para sobreviverem, poderão ficar sem tratamento, até mesmo vindo à óbito”, completa.
Fonte: Destak – https://www.destakjornal.com.br/cidades/brasilia/detalhe/clinica-conveniada-ameaca-suspender-servicos-de-hemodialise – 22/11/2018