Doença renal afeta 12% da população no Grande ABC

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Da população de 2,7 milhões de habitantes do Grande ABC, estima-se que ao menos 324 mil pessoas sejam portadoras de algum grau de disfunção renal. Muitas delas nem sabem, já que os sintomas só aparecem quando o rim está altamente comprometido. O número está em linha com o que ocorre no mundo, cuja projeção aponta que de 10% a 12% dos adultos tenham esse tipo de problema, segundo o professor adjunto de Nefrologia da FMABC (Faculdade de Medicina do ABC) Daniel Rinaldi.
Para marcar o Dia Mundial do Rim, celebrado ontem, a FMABC promoveu mutirão de atendimento pela prevenção de doenças renais. A iniciativa, que teve apoio da Sociedade Brasileira de Nefrologia, aconteceu no ambulatório da disciplina de Nefrologia da instituição em São Bernardo.
Foram realizados testes de glicemia capilar (diabete), verificação de pressão arterial e exames de fitas de urina para detecção de sangue e albumina (proteína), fatores que podem indicar problemas renais. Em casos de alteração no resultado – verificado na hora – o paciente foi orientado a prosseguir com a investigação do problema.
“A doença renal só se manifesta quando o indivíduo já perdeu mais de 70% da função dos rins. Queremos chamar a atenção que ela é silenciosa, que o diagnóstico pode ser realizado precocemente e implica na realização de exames simples e baratos, todos disponíveis no SUS (Sistema Único de Saúde)” salientou o especialista.
O exame de urina pode revelar a presença de proteína na urina, indicador de dano renal. No de sangue, a dosagem de creatinina permite definir em que estágio da doença renal o paciente se encontra. “É uma proteína que vem do músculo e é basicamente eliminada pelo rim. Quando ela começa a elevar no sangue, a pessoa já perdeu mais de 50% dos seus rins”, explicou Daniel Rinaldi.
Alguns grupos têm mais risco de desenvolver doenças renais, como hipertensos, diabéticos, pacientes com histórico familiar de doença renal, pessoas acima de 60 anos, obesos e fumantes.
Há tempos a dona de casa Maria Bezerra, 57 anos, de Mauá, queria passar por avaliação, para saber se seus rins funcionam adequadamente. “Mas nos postos de Saúde demora muito para fazer os exames. Como estava sentindo uma dor na região do rim, vim aqui ver se tenho alguma coisa”, disse ela, que saiu aliviada ao saber que está tudo bem.
Na região, 1.068 pacientes do SUS fazem tratamento de hemodiálise

De acordo com o Departamento Regional de Saúde da Grande São Paulo, ligado à Secretaria Estadual da Saúde, 1.068 pacientes renais da região, em tratamento pelo SUS (Sistema Único de Saúde), passam por hemodiálise. O procedimento é indicado em casos de insuficiência renal aguda ou crônicas graves.
“No Brasil, temos cerca de 130 mil pacientes em hemodiálise, dentro de 15 milhões de pessoas estimadas com doenças renais. A maioria não faz diagnóstico ou vai falecer antes de chegar à fase final da doença, que é quando o rim para de funcionar e a única forma de resolver é com hemodiálise ou transplante”, ressaltou o professor adjunto de Nefrologia da FMABC (Faculdade de Medicina do ABC) Daniel Rinaldi.
Em três cidades (Santo André, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra), 468 pessoas aguardam consulta com nefrologista, referenciada pelo Estado. Em São Bernardo, a especialidade realiza 240 consultas mensais em adultos. Demais prefeituras não retornaram.
Fonte: Diário do Grande ABC – http://www.dgabc.com.br/Noticia/2867070/doenca-renal-afeta-12-da-populacao-no-grande-abc – 12/03/2018