Estima-se que mais de 40 mil venezuelanos já entraram no Brasil fugindo da gravíssima crise econômica, social e política que afeta a Venezuela. A cidade de Boa Vista, em Roraima, é a principal porta de entrada desses refugiados. Todos os dias chegam cerca de 800 imigrantes no estado.
Entre esses milhares de imigrantes estão os pacientes renais crônicos, que dependem de tratamento de diálise toda semana para sobreviver. A Clínica Renal de Roraima, em Boa Vista, única clínica do estado, já está atendendo 13 pacientes venezuelanos. O primeiro chegou na clínica em 2013, mas com o agravamento da crise no país vizinho esse número vem crescendo. Mais especificamente a partir de abril de 2017, quando aumentou significativamente a procura de vagas por parte dos venezuelanos. A clínica tem capacidade para atender 288 pacientes e atualmente está atendendo 245, sendo 238 pelo SUS.
Esses pacientes iniciam o tratamento nos hospitais públicos de Roraima, como pacientes agudos até adquirem a documentação necessária para iniciarem o tratamento na clínica como paciente renal crônico. Assim como os pacientes brasileiros, o governo está custeando o tratamento desses venezuelanos pelo SUS.
De acordo com a administradora da Clínica Renal de Roraima, no momento não há nenhum paciente aguardando para iniciar o tratamento. Mas sabe-se que existe uma grande demanda no Hospital Geral de Roraima.
A Venezuela possui 16.000 pacientes renais crônicos e das 129 clínicas de diálise que existiam no país, 35 já fecharam as portas. E como não há nenhuma perspectiva de melhora no país, esse número tende a aumentar e consequentemente esses pacientes devem migrar para o Brasil. Como o estado de Roraima só possui uma clínica, essa onda imigratória de pacientes renais muito provavelmente vai começar a atingir outros estados brasileiros.
A ABCDT fez um levantamento em todas as clínicas da região norte do país e por enquanto apenas Roraima está recebendo esses pacientes.