De janeiro a setembro, número é 18% maior que em 2016 quando foram registrados 117.
oje eu vivo radiante, muito feliz, saio de casa, faço coisas que não fazia”, diz a dona de casa Andrea Solto, que recebeu um transplante de rim em 2015, após mais de dois anos na fila de espera. Conforme os dados do Centro de Transplantes da Paraíba, no período de 1º de janeiro a 15 de setembro deste ano, cerca de 139 pessoas foram transplantadas, um aumento de 18% no número de cirurgias, comparado ao mesmo período do ano passado, que registrou 117 casos.
Para a dona de casa Andrea Solto a espera foi de pouco mais de dois anos e a luz no fim do túnel veio do marido dela, que cumpria pena no Presídio Regional do Serrotão, em Campina Grande.
Com a ajuda de advogados, a mulher conseguiu autorização para que o companheiro fizesse exames e, depois de resultados positivos, conseguisse a liberação da penitenciária para doar um dos rins à esposa. Depois da recuperação da cirurgia, o doador voltou para o presídio.
Após o procedimento, Andrea passou alguns meses de recuperação e foi experimentando aos poucos a sensação de fazer coisas do cotidiano que não fazia há tempos. “Eu não tenho o que reclamar, consigo fazer todas as tarefas de casa normalmente, ir ao banheiro sem sentir dores, visitar o meu marido no presídio, entre várias outras coisas” explicou Andrea Solto.
Fila de espera para o transplante
O número de pessoas que ainda aguarda na fila de transplantes de órgãos é grande. Atualmente, segundo a Secretaria de Estado da Saúde, pelo menos 684 pessoas estão esperando para receber um novo órgão, sendo 348 para transplante de córnea, 333 transplantes de rim e três à espera de um fígado.
Há casos, porém, em que o paciente nem mesmo integra a fila de espera e consegue um transplante com um parente de primeiro ou segundo grau. O policial militar Thales Emanuel, 32 anos, descobriu ter um problema renal em 2012 e teve como doadora a própria mãe.
O policial lembra que quando foi diagnosticado com a necessidade de um transplante sofreu um impacto bastante negativo, que só foi superado totalmente depois que descobriu que a mãe poderia salvá-lo.
“É muito angustiante saber que você pode sofrer alguma crise, a qualquer momento e precisar de diálise, eu ficava angustiado. Quando soube que minha mãe poderia doar o órgão fiquei muito aliviado, emocionado. Hoje tenho uma vida normal, faço tudo o que fazia antes”, concluiu.
Hospitais aptos a transplantes na Paraíba
Apenas três hospitais fazem cirurgias de transplante de órgãos na Paraíba: o Hospital Antônio Targino, em Campina Grande, e os hospitais da Unimed e Nossa Senhora das Neves (Hnsn), em João Pessoa. Para ser submetido a um transplante, o paciente deve estar inscrito na lista única de transplante do Sistema Nacional de Transplante (SNT) e vinculado a um serviço transplantador.
Além do trâmite burocrático, o paciente passa por várias avaliações multiprofissionais para receber o transplante. Em geral, essa avaliação dura em torno de três meses até que a cirurgia seja realizada.
Fonte: G1 – https://g1.globo.com/pb/paraiba/noticia/mais-de-130-pessoas-recebem-transplantes-na-pb-em-nove-meses.ghtml – 18/09/2017