Um exame de sangue de rotina usado para determinar a saúde e o bem-estar dos pacientes em tratamentos de hemodiálise produz resultados preocupantemente inconsistentes dependendo de qual método de teste é usado, afirmaram Lorin Bachmann e seus colegas da Universidade da Virgínia (EUA).
A inconsistência significa que os médicos têm nas mãos informações potencialmente imprecisas para tomar decisões importantes sobre o paciente; e os pacientes com doença renal podem estar pagando por suplementos nutricionais desnecessários por causa disso.
“Nós baseamos muitas das nossas decisões em parâmetros de laboratório, e eles têm que ser tão precisos quanto possível. Obviamente, isso coloca uma sombra sobre os resultados, que não são tão claros como deveriam ser. Você realmente não sabe como basear uma decisão,” disse o Dr. David Bruns, coordenador da equipe.
Testando os testes
Os pesquisadores analisaram 24 testes oferecidos por várias empresas farmacêuticas para analisar os níveis de albumina sérica e plasmática dos pacientes em diálise. Esses níveis são utilizados para avaliar seu estado nutricional, função renal e equilíbrio de fluidos.
Existem duas classes principais de métodos de teste para os pacientes em diálise, BCG (Bromocresol Green) e BCP (Bromocresol Purple).
Nenhum dos métodos BCG avaliados atendeu às especificações de desempenho mínimo, o mesmo ocorrendo com quatro dos 12 métodos BCP analisados.
“Esta é uma diferença enorme,” disse Bruns. “Pacientes que não alcançam as metas de albumina] têm que passar por intervenções nutricionais, que são caras. Isto só coloca mais sobrecarga sobre pacientes que já têm enormes sobrecargas. ”
Métodos BCG e BCP
Os quatro métodos BCP que não atenderam aos padrões de desempenho geralmente apresentavam vieses menores do que os métodos BCG, que se mostraram muito altos. Isso levou os pesquisadores a sugerir que os médicos devem considerar o uso exclusivo dos métodos BCP para obter resultados menos inconsistentes. A maioria das empresas de testes, observam eles, oferecem as técnicas BCG e BCP.
“Os nefrologistas seguem os resultados da albumina de perto porque os resultados vão lhes dizer se precisam fazer alguma coisa extra para esses pacientes,” disse Bruns. “Sabemos que estes [níveis de albumina] se correlacionam com a mortalidade. As diretrizes nacionais definem qual é a faixa aceitável e o que não é aceitável. ”
Os pesquisadores concluem recomendando revisões das diretrizes federais para resolver as discrepâncias entre as técnicas de exame e melhorar os cuidados para os pacientes com doença renal e outras condições.
Os resultados detalhados das avaliações foram publicados na revista científica Clinical Chemistry.
Fonte: Diário da Saúde – http://www.diariodasaude.com.br – 17/02/2017.
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