Grupo protesta contra suspensão de hemodiálise em clínicas de Goiânia

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Unidades dizem que não estão recebendo repasse de verbas da prefeitura. Doentes renais dizem que não continuarem o tratamento, podem morrer.
Um grupo com aproximadamente 100 pessoas fez um protesto nesta quarta-feira (28) contra a suspensão no tratamento de pacientes que fazem hemodiálise, em Goiânia. Clínicas que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS) alegam que não estão recebendo verba da prefeitura e que, por isso, não vão receber novos pacientes e até os que já passam por sessão podem ter o tratamento interrompido.
Ao todo, existem cerca de 1,5 mil doentes renais em Goiânia. Destes, 90% dependem do SUS para fazer o tratamento. Os pacientes dizem que desde janeiro estão com o tratamento ameaçado. “A gente só quer que cumpra a lei. A verba vem para o município”, disse o comerciante Waldivino Eterno.
As clínicas dizem que estão atendendo sem receber o dinheiro da prefeitura, o que causa um prejuízo de cerca de R$ 50 mil por mês. Cada sessão de hemodiálise, o SUS repassa R$ 179. Porém, as clínicas alegam que o custo é de R$ 250.
Diante desses problemas, os pacientes já denunciam que a qualidade do tratamento já caiu. Em alguns casos, ao invés de fazerem uma sessão com duração de quatro horas, o que é o recomendado, passam por uma hemodiálise com metade do tempo. “Quando a máquina da gente está quebrada, a gente tem que dividir o horário, duas horas para um e duas horas para outro”, disse o aposentado Ricardo Urbano de Sousa.
A maioria tem que fazer a filtragem no sangue três vezes por semana. Diante do impasse, eles sofrem com a incerteza se vão conseguir continuar o tratamento. “Eles estão falando em dispensar a gente, fechar as portas. E aí a gente vai se virar como? Vai morrer”, disse o vendedor Jorge Nunes de Novaes.
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde informou que os pagamentos às clínicas serão feitos na segunda-feira (3). O comunicado afirma ainda que os atendimentos aos pacientes já cadastrados não foram suspensos.

Fonte: G1 http://g1.globo.com/ – 29/09/2016