Sue Westhead tinha 25 anos quando foi diagnosticada com insuficiência renal. O ano era 1973.
A única maneira dela sobreviver era receber transplante de rim. Sua mãe, que então tinha 57 anos, foi a doadora.
Hoje Sue tem 68 anos. Ela vive no condado de Durham, no norte da Inglaterra.
A britânica desafiou todas as previsões médicas sobre a duração do órgão e sobre a vida que teria que levar após o transplante.
O rim doado por sua mãe tem 100 anos e Sue diz acreditar que essa longevidade “se deve aos bons genes da minha mãe”.
Longevidade
Quando recebeu o diagnóstico, Sue tinha apenas 10% das funções renais.
“Eu quase não podia caminhar, tinha uma cor de pele diferente: estava amarela. De imediato recuperei uma cor rosada”, disse a mulher.
“Naquela época eu estava muito assustada, especialmente quando continuava viva na sala do hospital onde as pessoas estavam morrendo”.
“Minha mãe literalmente me deu a vida porque (sem o rim) eu não teria podido viver muito tempo”, disse.
Transplantes de rim
Nos Estados Unidos mais de 93 mil pessoas estão na lista de espera para um transplante de rim.
No Brasil, em junho de 2016, 19,7 mil estavam na lista de espera para receber um rim.
Neste ano foram realizados mais de 2,6 mil transplantes no Brasil. Diferente de outros tipos de transplantes, o rim pode ser retirado de um doador vivo. Hoje em dia, 60% dos receptores de rins de doadores vivos sobrevivem cerca de 15 anos.
Fontes: United Network of Organ Sharing (UNOS), Kidney Research UK, Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos.
Atualmente os médicos calculam que, em média, um transplante de um doador vivo pode durar 20 anos.
Em 1973, quando Sue recebeu seu órgão, entre 30% e 40% dos rins duravam 5 anos.
Sue diz que a longevidade também pode ser atribuída aos cuidados tomados por ela. Ela toma 20 comprimidos diariamente para que o rim não seja rejeitado.
“Lembro que naquela época eu pensei: se eu viver cinco anos serei feliz’. Isso foi há 43 anos e o meu rim completará 101 anos em novembro”.
A história da família foi retratada em jornais locais – era uma época na qual os transplantes de doadores vivos eram relativamente raros.
O professor Derek Manas, presidente da Sociedade Britânica de Transplantes disse: “É uma história extraordinária de alento e esperança para pessoas submetidas à diálise e para estimular o público a se transformar em doadores vivos”.
“Penso que Sue é uma das sobreviventes mais longevas”.
Fonte: BBC Brasil http://www.bbc.com – 18/08/2016