Doença Renal Crônica é um mal cada vez mais comum entre mulheres

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Incidência é alta na terceira idade. Estilo de vida pode desencadear os males.
De cada cinco homens e quatro mulheres com idades entre 65 e 74 anos, um sofre com Doença Renal Crônica (DRC). Já na população com 75 anos ou mais, metade tem algum grau da enfermidade, que atinge 10% da população mundial. Só no ano passado, a insuficiência renal causou a morte de 2.949 pessoas no País.


Evitar a doença exige o que médicos e entidades de saúde estão cansados de recomendar: um estilo de vida mais saudável. Doenças que se instalam silenciosamente, como hipertensão e diabetes, estão entre os principais fatores de risco (veja infográfico logo abaixo).
“Um terço dos nossos pacientes tiveram a doença devido à pressão alta, e outro terço por causa de diabetes. O restante por problemas renais, hereditários ou não”, afirma o médico nefrologista Ricardo Auad e responsável pelo Setor de Hemodiálise do Hospital Santo Amaro (HSA), que na última quarta-feira completou 15 anos em atividade.
A dona de casa Edilza Gomes de Andrade, de 48 anos, é a paciente mais antiga do local, mas sua saga contra a doença começou muito antes, quando tinha apenas 22 anos. “Comecei a sentir falta de ar e fiquei muito inchada. Durante 15 dias os médicos acharam que era problema no coração, só depois descobri que era o rim”.
A doença se instalou por causa da pressão alta, e desde então ela está na lista de transplante. “Logo no início minha mãe doou o rim dela para mim, mas fiquei um ano com ele e meu corpo rejeitou”, diz ela, que começou a fazer hemodiálise na Santa Casa de Santos e depois foi transferida para o HSA. Ao todo, são 26 anos de tratamento. “Nunca faltei, minha vida é isso. Não posso viajar e ter uma vida normal, meu sonho é fazer um transplante”.
representa 60% do total de pacientes que precisam de transplante, ao todo 42.553. Em compensação, dos 7.772 transplantes de órgãos sólidos realizados no ano passado, praticamente 70% (5.409) foram de rim.
Ao longo de 15 anos, o Hospital Santo Amaro viu mais de 100 de seus pacientes conseguirem um transplante. A unidade, que começou a funcionar com 10 pacientes e 20 máquinas de hemodiálise, hoje tem 29 aparelhos atendendo a 170 pacientes crônicos, divididos em três turnos de quatro horas cada – tempo que a pessoa fica ligada às máquinas que filtram e limpam o sangue.
“Antes, atendíamos apenas pessoas do próprio Guarujá, mas, hoje, o atendimento é regional. Temos pessoas de Peruíbe ao Litoral Norte. Mesmo assim, a fila de espera por hemodiálise é de 50 a 60 pessoas”, afirma Auad, que tem visto a demanda aumentar nos últimos anos.
“As pessoas têm vivido mais, e o envelhecimento acarreta naturalmente um desgaste do rim, assim como de outros órgãos. Mas com um estilo de vida saudável e tratamento adequado, esse idoso não precisará de hemodiálise”.
Drogas e estresse
Por outro lado, o estresse, aliado à má alimentação e ao sedentarismo, tem feito jovens precisarem também desse tipo de tratamento.
“As drogas podem levar à hemodiálise também, assim como, mais raramente, casos de politraumatismo, em que o rim sofre lesão”, afirma a enfermeira Eliane Aparecida Correia, responsável técnica pela unidade de Hemodiálise no HSA.
Fonte: A Tribuna http://www.atribuna.com.br/ – 18/07/2016