Clínicas de hemodiálise querem receber

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Clínicas de hemodiálise credenciadas junto ao Sistema Único de Saúde (SUS) de quatros municípios do Estado estão sem receber os repasses da União há pelo menos dois meses, totalizando uma dívida de R$ 2,5 milhões. Só neste ano, já é o terceiro caso de atraso no pagamento desse serviço, que é de alta complexidade e pode ser afetado.
Representantes das clínicas de Várzea Grande, Tangará da Serra, Sinop e Cáceres estiveram na Capital e se reuniram com o presidente da Assembleia Legislativa, Guilherme Maluf, para pedir o apoio da Casa de Leis.
José Alberto Kalil, nefrologista, explicou que as clínicas, juntas, atendem cerca de 700 pessoas e que muitos tratamentos já foram realizados. Segundo ele, o governo federal já teria pagado ao Estado pelo serviço, por meio do fundo de Ações e Estratégicas de Compensação (FAEC).

Ainda conforme José, o dinheiro é fundo a fundo, exclusivo para esse tipo de atendimento, quem recebe é o Estado que, por sua vez, repassa às clínicas credenciadas.
“Existe a exigência legal de cinco dias e já estamos há mais de 30 dias sem receber o repasse de junho, hoje saiu em todo o país, o repasse de julho, então não estamos recebendo pelo segundo mês”, disse.
Por se tratar de um serviço de alta complexidade, com insumos importados, alta folha de pagamento, acaba que o custo é muito alto. Para o nefrologista, os recursos estão se eximindo e os riscos vão ficando para os pacientes.
“Como vamos continuar fazendo a hemodiálise nesses pacientes, se não temos condições, estamos em grau de insolvência. No Brasil, a tendência é lutar por aumento no serviço de hemodiálise, aqui estamos brigando para receber”, declarou.
Segundo o grupo, apesar de serem parceiros do Governo do Estado, essa é a terceira vez que enfrentam situações de atraso de repasses neste ano.
A urgência nos repasses dos dois últimos meses foi pedida diante da situação que pode se agravar na oferta dos serviços.
No interior, a situação é mais preocupante. Segundo a equipe de nefrologia das clínicas, já está sendo debatida a paralisação do serviço e o descredenciamento junto ao SUS.
“Não temos mais tempo, o que cabe a nós é pedir o descredenciamento das clínicas do Sistema Único, para não sermos coniventes com a grande tragédia que pode acontecer no Estado”, finalizou o profissional.
OUTRO LADO – A Secretaria de Estado de Saúde disse que está verificando a atual situação documental das clínicas junto à administração pública, bem como de seus processos de pagamento, para então se manifestar sobre a situação apontada.
Fonte: Diário de Cuiabá – 09/09/2015 

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