Paciente renal crônico não consegue acesso a medicamentos vitais

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Ainda sem poder contar com o tratamento local, homem denuncia descumprimento de ordem judicial. 
Não bastasse o drama dos pacientes que dependem do tratamento de hemodiálise e que são obrigados a viajar até Itaboraí para receber os cuidados vitais, essas pessoas ainda têm de conviver com a falta de medicamentos essenciais nas farmácias da Secretaria de Saúde. Informações dão conta de quem nem as ordens judiciais estão sendo cumpridas. Uma assustadora estimativa apresentada por esses mesmos pacientes aponta que mais de 60 pessoas já morreram desde que a crise do setor se instalou na cidade. A queixa é em relação ao paciente Daniel Lopes, doente renal crônico e que precisa ser submetido ao tratamento de hemodiálise para sobreviver. Por conta disso, faz parte da rotina de outro considerável grupo de pacientes e tem de viajar três vezes por semana até a cidade de Itaboraí, onde passa pelo procedimento.

Além do desgaste da viagem e do tratamento, ele também é obrigado a conviver com a falta de medicamentos vitais para suportar os males de sua doença. Nem em posse de uma ordem judicial que lhe garantiria tais remédios ele consegue ser medicado. “O que está acontecendo com meu pai é o mesmo que se passa com outros pacientes renais em Teresópolis: Desrespeito! Talvez pelo fato de serem poucas pessoas que dependem desse tratamento, a Prefeitura pouco se importa em dar a eles o suporte que necessitam”, denuncia Alexandro Lopes, filho de Daniel. Desempregado, relata que o pai é aposentado e que como tal recebe um salário mínimo, quantia que não é suficiente para bancar a cesta de medicamentos necessários para sua sobrevivência. Ele explica que a família tem uma ordem judicial que obriga a Prefeitura a fornecer os medicamentos, que porém não é obedecida pelo Poder Público. “A Secretaria de Saúde diz que não vai cumprir as ordens judiciais enquanto não tiver verba. O problema é que a saúde do meu pai não pode esperar a boa vontade da Prefeitura em resolver o problema. Meu pai não entrou na Justiça por diversão, mas por necessidade. Ele precisa da medicação, assim como todos os pacientes renais de Teresópolis necessitam de respeito e de um atendimento que garanta as necessidades mínimas”, desabafa. Alexandro relembra todo o processo que os pacientes da hemodiálise de Teresópolis são obrigados a passar para receber o tratamento. “Cada paciente renal de Teresópolis tem que fazer uma viagem de duas horas até Itaboraí, ficar quatro horas ligado a uma máquina e depois fazer mais duas horas de viagem de volta. Eles recebem uma maça, uma caixa de suco e um pacotinho de biscoito tipo ‘Clube Social’”, aponta. Desde que a família conseguiu a ordem judicial, em abril do ano passado, poucas vezes conseguiu pegar o remédio na Secretaria de Saúde. “Poucas vezes conseguimos. Sempre faltam alguns, normalmente os mais caros e mais difíceis de adquirir. Alegam que não foi feita a concorrência para o fornecedor do determinando medicamento. Só que meu pai não pode bancar essas despesas de medicamentos, fica em torno de R$ 400. É muito ruim ter que contar com a Prefeitura, que não tem interesse em resolver o problema. A Clínica de Hemodiálise é a maior prova disso. Eles não têm a mínima pressa em resolver”, finaliza. A demanda apresentada foi encaminhada para a Assessoria de Comunicação da Prefeitura, que não emitiu nenhum posicionamento até o fechamento desta reportagem.
Fonte: Net Diário – 20/08/2015 

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