Centro Municipal de Hemodiálise. Será que agora vai?

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Depois de mais de um ano, construtora entrega prédio na próxima sexta-feira
Exatamente um ano e um mês depois de iniciada, a obra de construção do Centro Municipal de Hemodiálise será concluída na próxima sexta-feira, dia 17 de abril. Ao que tudo indica, o projeto criado com o objetivo de dar mais dignidade aos pacientes que dependem desse tratamento para sobreviver, está perto de começar a funcionar.

Nos últimos dias, operários da construtora contratada para a obra trabalhavam em ritmo frenético nos retoques do prédio que foi erguido ao lado da sede da Secretaria de Saúde, no bairro da Tijuca. Mas nem tudo são flores. Mesmo com a obra finalizada, o CMH ainda não tem data para começar a atender pessoas que sofrem de insuficiência renal crônica, que ainda vão precisar realizar sua via sacra até Itaboraí, três vezes por semana, para receber aquilo que é seu por direito. Pelo que se sabe, desde que a crise se instalou nesse setor, pelo menos 50 pessoas já perderam a vida.
A obra da clínica custou R$ 2 milhões aos cofres públicos, verba essa patrocinada pelo Governo do Estado. Esse espaço já deveria estar pronto e atendendo os doentes desde setembro do ano passado, porém, a realidade foi bem diferente dos 180 dias anunciados na placa alusiva à obra. Entre extensões e adiamentos, a clínica demorou mais de um ano para ficar pronta.
O drama dos dialisados de Teresópolis já vem de longas datas. Em novembro de 2011, foi fechado, por determinação da Vigilância Sanitária do Estado, o Setor de Hemodiálise que funcionava no Hospital das Clínicas. Na ocasião, os pacientes, da mesma forma que hoje, tinham de enfrentar o desgaste das viagens semanais para os cuidados do tratamento. Quatro meses depois o Hospital São José passou a receber os pacientes e realizar o procedimento. Em setembro de 2013 também esse setor foi fechado. Dois dias depois, a Prefeitura anunciou assinatura de convênio com o Governo do Estado para a construção de uma Clínica na Cidade, que até hoje não ficou pronta.
Ritmo acelerado
O DIÁRIO voltou ao local nesta terça-feira, 14 de abril. É possível observar que o ritmo de trabalho está acelerado. Os operários se empenham principalmente em serviços de acabamento, como pintura e limpeza. Um dos responsáveis falou extraoficialmente que o objetivo é entregar a obra pronta até a próxima sexta-feira, dia 17. A obra do CMH é realizada pela EngePrat Engenharia e Serviços.
Inertes, os pacientes que são a parte mais frágil do processo, seguem impotentes e aguardando. A mórbida espera, que teria provoca pelo menos 50 mortes, resultou em vários protestos. Além de pedir pela celeridade da obra, pediam também que a cidade oferecesse um hospital para realizar procedimentos de emergência e apoio aos dialisados. Quem tem qualquer problema só pode procurar a rede particular.
Mesmo com as boas notícias, o drama ainda não terminou. Questionada sobre a boa notícia do fim da obra, a Prefeitura informou através de sua assessoria de comunicação que “…de acordo com a Secretaria de Fiscalização de Obras, a informação [de que a obra será concluída até a próxima sexta-feira] não procede. O poder público municipal também não informou sobre o processo de contratação da empresa que vai instalar os equipamentos e gerir o pessoal que vai trabalhar na clínica. Enquanto isso, os pacientes continuam tendo que viajar três vezes por semana para fazer o tratamento. São duas horas para chegar, quatro horas na máquina e outras duas horas para voltar. Ou seja, em média, pelo menos seis horas são necessárias para cada uma dessas vítimas. Além desse desgaste, paciente relatam um verdadeiro descaso no processo de transporte, já que muitas vezes ficaram sem lanche. Recentemente nossa reportagem denunciou que a ambulância destinada para acompanhar a viagem não possuía equipamentos para suporte, mas sim, uma simples maca para transporte.
Fonte: Net Diário – 16/04/2015 

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