À espera de um rim novo, Adilson Soares de Lima, 55, está arrumando as malas para comparecer no próximo dia 05 de março ao Hospital Regional Público do Araguaia, em Conceição do Araguaia – Pará, para agendar a realização de procedimento cirúrgico de transplante renal. O doador vivo é o cunhado dele, Aleandro Alves dos Santos, 27. O transplante de rim só está indicado em pessoas que têm prejuízo irreversível e grave das funções renais.
Para a realização do procedimento, os interessados compareceram à DPE- TO – Defensoria Pública do Estado do Tocantins em Araguaína para requerer a expedição de um Alvará Judicial, em atendimento à Lei nº 9.434/97 que permite a doação de órgãos entre não aparentados mediante autorização judicial. A defensora pública Larissa Pultrini requereu o alvará, que foi entregue ao Assistido nesta quinta-feira, 26.
A doação por parte dos parentes consanguíneos foi descartada pelos médicos, pelo fato dos filhos terem predisposição genética de terem os mesmos problemas de saúde, bem como o impedimento de uma irmã por ter apresentando cálculo renal. Voluntariamente, e de modo gratuito, o cunhado Aleandro se submeteu aos exames de compatibilidade e foi considerado apto para doar o rim. “Há cerca de cinco meses estamos passando por exames para verificar o estado de saúde. Pedi a Deus, desde o primeiro exame, para dar tudo certo. Vejo o sofrimento que é viver em hemodiálise, alguns não aguentam, e às vezes vejo meu cunhado muito debilitado; já tivemos a perda da mãe dele pelo mesmo problema, então, me sinto feliz em estar apto para doar, porque sou apenas um canal para Deus salvar a vida dele, para ele poder ter uma vida normal e saudável”, expressou.
O gesto solidário de Aleandro demonstra a forte ligação dos dois. “Minha convivência é igual de pai para filho com meu cunhado, ele me tirou do trabalho da roça, me colocou para trabalhar junto com ele, fez muita coisa por mim. É uma forma de expressar meu amor e gratidão por ele", ressaltou.
Conforme esclarecido pela equipe multidisciplinar do hospital ao doador, a ausência de um rim será compensada pelo outro órgão sadio. “Eu já recebi toda orientação médica que não vai me prejudicar, já conversei com doadores que me disseram que seguem com a vida normalmente”, disse. Já o rim doado pode representar muito para o receptor, que se verá livre de três sessões de hemodiálise semanais, que duram cerca de quatro horas cada. “Vou poder voltar à minha vida normal. Por causa da doença, que já trato com hemodiálise há quatro anos, tive que deixar o serviço; tendo saúde, tenho muitos planos para trabalhar e ocupar meu tempo”, planeja Adilson.
Fonte: SURGIU – 28/02/2015