Pacientes que fazem hemodiálise dizem não receber ajuda do governo

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Repasse é feito para custear as despesas com as constantes viagens. Segundo os pacientes, dinheiro não é pago há quatro meses.
Pacientes que realizam o procedimento de hemodiálise em Floriano, Sul do Piauí, reclamam que não estão recebendo a ajuda de custo do governo do estado há quatro meses. O auxílio serve para custear as despesas com as constantes viagens. Muitos pacientes precisam se deslocar das suas cidades três vezes por semana em busca do tratamento. A secretaria de saúde confirmou o atraso e informou que o pagamento deve ser feito em duas semanas.

"A gente agradece porque os motoristas vêm, mas se não trouxessem como ficaria? A gente tem que agradecer a eles, mas o governo tem que pagar as pessoas", disse Eliane Ramos, que acompanha a mãe em todas as viagens. Elas se deslocam do município de Landri Sales até Floriano toda semana.
Ivaneide Trindade é outra que vem sofrendo com a falta da ajuda que o governo deveria dar. Ela viaja de Guaribas até Floriano três vezes por semana e diz que os R$ 400 que deveriam ser repassados estão fazendo muita falta. "Ou vem fazer ou já tinha morrido, porque eu não tenho condições de ficar nenhum dia sem fazer. Faço terça, quinta e sábado", desabafou.
A falta do repasse também prejudica os motoristas. Francisco de Sales leva pacientes do município de Arraial até Floriano e reclama que o atraso tem dificultado o pagamento das despesas. "Já está com quatro meses que eu estou colocando gasolina do meu dinheiro. Estou nessa luta e a minha esperança é sair o dinheiro para continuar ajudando esse pessoal, porque eles não podem parar de fazer esse tratamento", falou.
O tratamento de hemodiálise no Piauí é feito somente em Floriano, Picos, Parnaíba e Teresina. A ajuda de custo dada pelo governo do estado atualmente é repassada para 104 pacientes que se tratam em Floriano e que saem de cerca de 50 municípios da região Sul. Apenas quem mora em cidades distantes pelo menos 50 km dali recebem a ajuda. O valor depende da situação de cada paciente, mas pode chegar a R$ 2 mil.
De acordo com a coordenadora da 10ª Regional de Saúde, Kelly Cronemberger, a mudança de governo atrapalhou o enviou dos recursos, mas segundo ela o problema já está sendo resolvido. "Já detectamos que tem um mês disponível no sistema e estamos correndo atrás do segundo mês, que é o mês de dezembro. Até o mais tardar segunda-feira esses dois meses já estarão nas contas dos pacientes", informou.
Fonte: G1 – 26/02/2015

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