Um problema no repasse das verbas do Sistema Único de Saúde (SUS) para os hospitais que realizam o serviço gratuito de hemodiálise em Campina Grande está fazendo com que alguns pacientes deixem de ser atendidos no município. Segundo Luiz Almeida, diretor do setor de hemodiálise do Hospital João XXIII, a unidade atende 152 pacientes, mas só recebe por 137 deles. De acordo com ele, a situação acontece nas outras unidades.
Luiz alega que o valor referente à diferença não estaria sendo pago pelo Ministério da Saúde. “Eu já dei por perdido R$ 61 mil. Em 2013, tem R$ 252 mil sem previsão de receber e em 2014, incluindo o mês de junho, já soma R$ 562 mil. No total, dá R$ 875 mil que não sei quando vou receber”, disse Luiz.
Em entrevista à TV Paraíba, o diretor diz que a situação se repete pelo menos no Hospital Antônio Targino e na Fundação Assistencial da Paraíba (FAP) também. "No Hospital Dr. Edgley, hoje da prefeitura, provavelmente deve estar com um prejuízo semelhante a esse nosso”, explicou.
Luiz comenta que o hospital adotou uma medida para evitar mais prejuízos. A unidade só está atendendo os pacientes de hemodiálise que já estão internados. Os que são encaminhados de outros locais estão retornando. “Nós estamos trabalhando e recebendo de 10% a 15% a menos do que a gente produz, e por falta de pagamento não estamos recebendo pacientes novos, mantendo apenas os que já temos e mesmo assim com prejuízo”, completou.
Uma audiência pública para discutir estes problemas estava marcada para a quarta-feira (17), mas foi adiada para uma data ainda não definida. A Secretaria de Saúde do município explicou que está tentando fazer um aumento nos recursos de custeio ao tratamento da hemodiálise e que 10 novas máquinas foram instaladas no Hospital Dr. Edgley, ampliando a capacidade de atendimento. Já a promotora de saúde, Adriana Amorim, disse que só vai se pronunciar a respeito do tema depois que for realizada a audiência pública sobre o caso.
Fonte:Portal AZ – 19/09/2014