A doença renal crónica pode afectar as pessoas sem apresentar sintomas durante muito tempo. A Sociedade Portuguesa de Nefrologia (SPN) alerta para a necessidade de detectar a doença precocemente, uma atitude que pode ser decisiva para a recuperação.
O facto de a doença renal ser muitas vezes assintomática, faz com que o doente acabe por recorrer ao médico tardiamente, o que torna o processo de recuperação mais lento e, em alguns casos, até impossível.
De acordo com Fernando Nolasco, presidente da Sociedade Portuguesa de Nefrologia, «é importante consciencializar as pessoas para a doença renal crónica e salientar que o tratamento na fase inicial pode ajudar a evitar que a mesma progrida».
A fraqueza, o cansaço, a perda de apetite e vómitos matinais, edema (inchaço) das pernas e pálpebras são alguns dos sintomas que podem estar associados à doença renal. Cefaleias e a descoberta de hipertensão arterial, assim como, a alteração do aspecto, cor e quantidade da urina – pode tornar-se mais turva e escura, são manifestações de doença que implicam a consulta do médico de família. As pessoas com histórico de doença renal na família também devem estar mais alerta.
«Quando a doença é detectada atempadamente, pode ser total ou parcialmente revertida podendo ser evitados tratamentos mais complexos, como é o caso da hemodiálise, ou até mesmo o transplante de rim», refere Fernanda Carvalho, nefrologista e vice-presidente da SPN.
Em Portugal, estima-se que cerca de 800 mil pessoas deverão sofrer de doença renal crónica. A progressão da doença é muitas vezes silenciosa, o que leva o doente a recorrer ao médico tardiamente, já sem qualquer possibilidade de recuperação.
Todos os anos surgem mais de dois mil novos casos de doentes em falência renal. Em Portugal existem actualmente cerca de 16 mil doentes em tratamento substitutivo da função renal (cerca de 2/3 em diálise e 1/3 já transplantados), e cerca dois mil aguardam em lista de espera a possibilidade de um transplante renal.
Fonte: Diario Digital – 09/07/2014