Mulher tem quarto cheio de remédio de diálise por dificuldade de descarte

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São 215 litros de medicamentos que eram usados em tratamento.
Em Bauru, rede de farmácia recebe material para destinação correta.
Remédios descartados no lixo doméstico podem trazer consequências para o meio ambiente e para a saúde das pessoas. EmBauru (SP) e em outras cidades da região, algumas farmácias são credenciadas para receber os remédios. Além disso, a Secretaria de Saúde e postos de saúde também recolhem os produtos. Mas uma moradora, por exemplo, tem dificuldade para descartar cerca de 30 caixas de medicamentos que eram usados pela mãe para diálise.

Segundo os especialistas, descartar produtos químicos desta maneira pode causar impacto ambiental. A artesã sabe disso, mas não vê outra alternativa. “Nunca sei se estou fazendo certo. Se jogo no lixo, corre o risco de alguma pessoa pegar ou até mesmo um adulto. Nunca a farmácia, nem rótulo e nem bula de remédio informou o local correto”.
Em Bauru, uma rede de farmácia incentiva o descarte correto de sobras de remédio. Oferece lixeiras próprias em benefício da saúde das pessoas e do meio ambiente. “Pode ser trazido todo medicamento que a pessoa não faz mais uso ou que esteja vencido. Esse material é recolhido por uma empresa própria que incinera. Ainda falta conscientização das pessoas, embora hoje, aumentou a procura e muita gente acaba vindo até a farmácia e trazendo. E um avisa o outro que acaba trazendo aqui”, afirma a farmacêutica, Thaís de Castro Galeon.
Já farmacêutica Maria Benedita Esgotti e representante do Conselho Regional de Farmácia de Bauru explica que medicamentos vencidos também podem ser entregues nas unidades de saúde do município. Os que remédios que sobram devem ser levados até a Secretaria de Saúde. "A Secretaria de Saúde deveria ser acionada nesses casos porque tivemos uma reunião com o secretário e ele nos informou que todo lixo doméstico tem que ser levado ao centro de saúde”.
Estoque parado
Apesar disso, a representante comercial Ana Paula Morreira diz que está com dificuldade para descartar medicamentos. Na casa dela, um dos quartos parece mais depósito de farmácia. Contém cerca de 30 caixas de remédios usados em diálise, tratamento que a mãe dela fazia diariamente em casa quando ainda era viva.
“É bem triste, constrangedor, porque só eu sei o que a minha mãe passou. Os medicamentos foram importantes para ela porque ela era renal crônica. Quis doar ou até mesmo devolver esses materiais porque outras pessoas vão poder usar e eles disseram que não iriam aceitar por falta de depósito. Entrei em contato com a fábrica e eles disseram que como o produto havia sido faturado, não tinha como devolver. Que era para eu jogar fora. A data de validade é longa e daria para ser utilizado em um período longo", enfatizou Ana Paula.
Por mês, 45 caixas contendo o medicamento eram entregues na casa da paciente gratuitamente. Ela conseguiu o benefício através de um hospital mantido pelo governo do estado em Bauru. Se todas as bolsas fossem descartadas seriam mais de 215 litros de medicamento jogados fora. “Isso vale dinheiro e muito dinheiro. Já deveria ter um órgão com pessoas renais crônicas para que os materiais pudessem ser doados”, avisa Ana Paula.
Fonte: G1 – 12/03/2014

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