COMUNICADO CLÍNICAS DE DIÁLISE DE SÃO PAULO

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O reservatório da Cantareira no Estado de São Paulo está com o volume mais baixo da história e para não decretar um sério racionamento de água, devido à escassez de chuva há bastante tempo, o Governador de São Paulo resolveu buscar água do chamado "volume morto", aquela bacia de água que fica abaixo do nível mínimo de captação. Essa água possui oxigenação baixa e não se renova. É onde se acumulam os sedimentos.

Essa água não se renova e é onde se acumulam os sedimentos. Mais produtos químicos terão que ser usados nas ETA e o padrão de água vai mudar. Isso pode comprometer o sistema de tratamento de água para hemodiálise.
É importante que as Unidades de Hemodiálise que estão sendo abastecidas pelo sistema Cantareira sejam alertadas e redobrem sua vigilância.
Segue abaixo algumas medidas simples, de baixo ou nenhum custo, que podem ser executadas pelo seu responsável pelo sistema de tratamento de água:
•A análise duas vezes ao dia das características organolépticas da água na entrada da água potável (cavalete) no prédio (a RDC 154 pede essa análise diária na entrada do pré tratamento). A dosagem de cloro pela manhã e a tarde na água potável é o mínimo recomendável. Ante qualquer alteração na turbidez da água, é fortemente recomendado aumentar imediatamente a frequência de retrolavagem da areia para duas vezes ao dia. Se a Clínica tem alimentação direta (sem tanque de armazenagem de água tratada) isso precisa ser muito bem pensado.
•Até que o reservatório volte a ter volume de água para abastecimento sem o uso do volume morto, é importante que se monitore a qualidade microbiológica da água potável duas vezes por mês.
•A segurança do paciente dependerá (como já depende) ainda mais da qualidade e integridade das membranas de osmose reversa. Por isso é altamente recomendado que se verifique a porcentagem de rejeição de cada uma delas individualmente, e não somente o limite de condutividade da RDC 154. Se alguma membrana mostrar rejeição abaixo de 95% (90% em situações normais de "água estável") que ela seja trocada. Novamente, seu técnico tem como monitorar isso mensalmente (ainda que o ideal seja monitor em linha, como o condutivímetro da RDC 154/04).
•Finalmente, e tendo como base o Decreto 5440 de 4 de maio de 2005 – (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Decreto/D5440.htm) é fortemente recomendado que cada Unidade de Hemodiálise formalmente comunicar a SABESP (no caso de SP) que há uma Unidade de Hemodiálise e que a qualidade da terapia e segurança dos pacientes dependem também da qualidade e da estabilidade físico química da água fornecida por aquela Agencia.
*Carmine Maglio Neto 

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