A falta de hidratação e o suor excessivo são as principais causas da enfermidade.
Dados da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) mostram que a incidência de cálculo renal aumenta em média 20% durante o verão. “Com as temperaturas elevadas, transpiramos mais e a ingestão de água nem sempre compensa a perda de líquido no organismo”, explica o nefrologista Daniel Rinaldi dos Santos, presidente da SBN. Dessa forma, diz ele, a urina fica concentrada e as substâncias que normalmente são excretadas acabam retidas e formam as pedras.
Especialmente nessa época é importante tomar alguns cuidados. O primeiro passo é ingerir, no mínimo, 2 litros de água por dia. “À noite é mais comum formar o cálculo porque as pessoas seguram mais a urina e aumenta o acúmulo de cristais. Assim, é fundamental beber água também nesse período”, alerta Rinaldi. De acordo com o especialista, também é importante evitar o excesso de vitamina C e optar por uma dieta rica em fibras e frutas, principalmente as cítricas, como laranja e limão. Se já tiver apresentado o problema uma vez na vida, o melhor é procurar um médico e avaliar as funções metabólicas para ver se é necessário ou não abrir mão de algum medicamento.
O cálculo renal ou pedra nos rins é uma doença muito comum, causada pela cristalização de sais minerais presentes na urina. Trata-se de uma enfermidade com incidência cada vez maior em todo o mundo, atingindo hoje 15% da população mundial. No Brasil, já atinge de 5% a 12% da população de ambos os sexos e de todas as faixas etárias, sendo mais comum nos homens e predominando entre os 20 e 40 anos de idade.
Considerada a nova epidemia mundial, a pedra nos rins está associada ao desenvolvimento de doenças crônicas extremamente frequentes, como a hipertensão arterial, o diabetes, a síndrome metabólica, a doenças cardiovasculares, como o infarto agudo do miocárdio, e a insuficiência renal crônica, que pode levar a perda dos rins. O cálculo renal apresenta alta taxa de recorrência (de 80% a 100%) e a história familiar está presente em torno de 50% dos casos.
Diagnóstico e tratamento
Em relação à dieta, existem alguns hábitos que podem aumentar a incidência de pedras nos rins, principalmente se o paciente já tiver concentrações de cálcio na urina mais elevadas que a média da população. Dietas ricas em sal, proteínas, frutose e açúcares são fatores de risco. Curiosamente, apesar da maioria dos cálculos serem compostos de cálcio e surgirem por excesso de cálcio na urina, não há necessidade de restringir o consumo do mesmo na dieta.
“A restrição, aliás, pode ser prejudicial. Se a pessoa já está perdendo cálcio em excesso na urina e não o repõe com a dieta, o seu organismo vai buscar o cálcio que precisa nos ossos, podendo levar à osteoporose precoce”, revela Rinaldi. O único cuidado, segundo ele, deve ser com os suplementos de cálcio, já que o consumo destes, principalmente quando em jejum, pode aumentar o risco de pedra nos rins.
A presença de sintomas sugestivos de cálculo renal, como dor súbita no dorso ou sangue na urina, deve ser avaliada por um médico. “Para o diagnóstico, utilizamos exames de imagem e dosagens sanguíneas e urinárias de substancias como o cálcio, ácido úrico, oxalato, citrato, sódio, potássio e magnésio, entre outros. Esses métodos oferecem informações importantes sobre o tamanho, à localização das pedras e as alterações do metabolismo responsáveis pela sua formação”, afirma Rinaldi.
Mudanças de hábitos alimentares e o aumento da ingestão de líquidos, preferencialmente água, além de medicações específicas são extremamente importantes no tratamento clínico do cálculo renal. Medidas simples, como evitar o excesso de sal e o consumo de carne vermelha e gorduras, evitar o excesso de peso, fazer exercícios regularmente, não fumar e controlar a pressão arterial e o diabetes são fundamentais para prevenir a formação de cálculos.
Fonte: Bem Paraná – 09/01/2014