A reunião como sempre decorreu em clima de cordialidade e o Dr. Helvécio se mostrou disposto a tentar mudar o atual cenário da nefrologia. Primeiramente foi discutido a questão da rede de cuidado reno-cardiovascular, elaborada pelo Ministério da Saúde em conjunto com a Sociedade Brasileira de Nefrologia. A rede tem como meta criar serviços de nefrologia que ofereçam diálise e consultas, objetivando prevenção e retardo da entrada em programa de TRS. Porém, necessita da colaboração e adesão opcional das clínicas de diálise e dos gestores (pactuação). A rede usa como parâmetro o valor de uma sessão de HD. No entanto, o valor da sessão está defasado e a implementação desta rede depende de investimentos de infra-estrutura além de RH.
O Manifesto da ABCDT com cerca de 750 assinaturas de médicos nefrologistas, conseguidas através do Nefroforum, em excelente trabalho capitaneado pela Dra. Carmen Tzanno, reivindicando o reajuste imediato da sessão de hemodiálise e o pagamento às clínicas de diálise pelo atendimento ao paciente renal nos estágios 4 e 5 em ambulatório foi entregue ao Secretário. O Dr. Paulo Luconi apresentou dados que comprovam que para a implementação da rede de cuidados é necessário um reajuste imediato de R$ 232,00 no valor da sessão de hemodiálise, que está totalmente defasado. “Um levantamento feito pela ABCDT mostra que o tratamento conservador da DRC economiza R$ 1,100 bilhão (um bilhão e cem milhões de reais) ao ano, com redução nas internações e redução no número de novos pacientes em diálise, poupando ainda 27.000 vidas”, declarou Dr. Luconi. A ABCDT apóia o modelo proposto pelo Ministério, no entanto, é necessário que além do reajuste, haja um incremento sobre o valor oferecido para a atenção secundária para suprir os custos tornando o modelo sustentável financeiramente ”, acrescentou.
A Dra. Carmen ressaltou as dificuldades financeiras enfrentadas pelo setor, a falta histórica de contratualização, de reajustes adequados, o endividamento das clínicas e a falta de RH. “Para implementar a rede seria necessária a adequação das clínicas quanto a infra-estrutura, o que demanda verbas. E o perdão das dívidas tributárias das clínicas, como aconteceu com as Santas Casas, e a implantação de financiamento a juros baixos poderiam dar um fôlego para as clínicas, afirmou Dra. Carmen.
De acordo com o Secretário, o Ministério tem interesse na implementação de serviços de nefrologia e que assim que for feita a pactuação com os gestores, a portaria deve ser publicada. Possivelmente a publicação seja feita em dezembro/2013. “Reajustamos as questões mais emergenciais na nefrologia (agudos, acessos e sessão de HD infantil). Mas ainda falta verba no MS para o realinhamento proposto e dependemos do orçamento/2014 ser aprovado”alegou Dr. Helvécio.
O Dr Helvécio reconheceu as dificuldades enfrentadas pela nefrologia brasileira, achou justo os valores apresentados e se prontificou a tentar juntamente com o Dep. Henrique Eduardo Alves a liberação de uma verba no orçamento para atender os pedidos apresentados.