Em média, uma pessoa morre a cada dia na Paraíba em virtude da insuficiência renal. É o que mostram dados coletados do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) da Secretaria de Estado da Saúde (SES). Só entre janeiro e setembro deste ano, foram registrados 250 óbitos por conta desse problema de saúde na Paraíba.
O número é 12,61% maior em relação aos 222 casos contabilizados no mesmo período do ano passado. Ausência de cuidados simples, como beber água em quantidade adequada, estão entre as causas da mortalidade.
A insuficiência renal já matou 2.745 pessoas entre o ano de 1999 até setembro de 2013. As cidades com maior ocorrência de óbito foram João Pessoa (665), Campina Grande (337), Santa Rita (114), Patos ( 89), Bayeux ( 63), Sousa (56), Cabedelo (49) e Queimadas (34).
Para a nefrologista Cecília Gomes, membro da Sociedade de Nefrologia da Paraíba, a quantidade de mortes é alta e exige atenção. Ela explica que a doença renal não apresenta sintomas no estágio inicial e costuma agir de forma silenciosa até evoluir para o quadro mais grave.
Por isso, a população precisa realizar periodicamente exames que podem detectar o começo da patologia. Outra forma de proteção está nos cuidados com a alimentação. “Por vivermos em clima quente, é preciso ingerir muito líquido ao longo do dia e evitar alguns tipos de alimentos, como sal, carne vermelha e gordura, porque tudo isso ataca os rins”, adverte.
A insuficiência renal é a paralisação dos rins. O órgão vai deixando de funcionar de forma lenta e progressiva, sem que o paciente apresente quase nenhum sintoma. Os primeiros sinais só aparecem quando o paciente perde mais de 50% de sua função renal.
Nesse estágio, a pessoa começa a apresentar anemia leve, pressão alta, inchaço dos olhos e pés, mudança nos hábitos de urinar e do aspecto da urina.
Nos pacientes em que ainda apresentam entre 10% a 12% da função renal, o tratamento ocorre com medicamentos e dieta.
Abaixo desse percentual, o paciente é submetido a sessões de diálise ou transplante renal.
Em João Pessoa, os pacientes que precisam de hemodiálise são encaminhados para uma das três instituições que oferecem o procedimento através do Sistema Único de Saúde (SUS): Clínica Especializada em Nefrologia Nefrusa (Avenida Epitácio Pessoa); a Unidade de Doenças Renais (Unirim), em Tambiá; e o Hospital São Vicente de Paula, instalado em Jaguaribe.
HIPERTENSÃO E DIABETES AGRAVAM QUADRO
Indivíduos que possuem cálculo renal e familiares com histórico de doença nos rins devem redobrar os cuidados. “Essas pessoas são mais vulneráveis a desenvolver a insuficiência renal. Por isso, precisam tratar o cálculo renal, fazer exames regularmente e manter alimentação saudável”, destacou a nefrologista Cecília Gomes.
Além da hereditariedade, outros fatores que causam a insuficiência renal são a hipertensão arterial e o diabetes. A especialista explica que os rins são os responsáveis no organismo pelo controle da pressão. Quando eles não funcionam adequadamente, causa a elevação da pressão arterial que, por sua vez, leva à piora da disfunção renal, fechando assim um ciclo de agressão aos rins.
Outras causas da insuficiência renal são a presença de cistos nos rins e infecções urinárias repetidas devido à presença de alterações no trato urinário, pedras e obstruções. Estes problemas podem ser tratados e eliminados definitivamente. Se isso não ocorrer, o caso pode evoluir para insuficiência renal e obrigar o paciente a tomar cuidados pelo resto da vida.
“A insuficiência renal ainda não tem cura. Só tratamento. Em casos menos grave, o paciente faz dieta para evitar alimentos nocivos aos rins. Já nos casos mais graves, é preciso fazer hemodiálise”, acrescenta a médica Cecília Gomes.
Dez sinais de doença nos rins e vias urinárias
-Pressão Alta
-Diabetes
-Dificuldade de urinar
-Queimação ou dor quando urina
-Urinar muitas vezes, principalmente à noite
-Urina com aspecto sanguinolento
-Urina com muita espuma
-Inchaço ao redor dos olhos e nas pernas
-Dor lombar, que não piora com movimentos
-História de pedras nos rins
Fonte: PB Agora – 17/10/2013