Prefeitura atrasa repasse de verba e IPC suspende atendimento pelo SUS

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Com dívida acumulada em R$ 500 mil, o Instituto de Psiquiatria do Ceará (IPC), unidade de saúde privada, fechará as portas do ambulatório no próximo dia 31 para os 250 pacientes atendidos diariamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), depois de 45 anos assistindo a rede pública. A Prefeitura de Fortaleza, responsável pelos repasses federais à instituição, esclarece que pretende prorrogar o prazo de suspensão.

A direção da unidade atribui a suspensão do serviço à falta de recursos para pagamento de impostos, fornecedores e pessoal do hospital. Segundo o diretor geral do IPC, Paulo Picanço, se, por um lado, o Ministério da Saúde não reajusta os valores dos procedimentos desde 2004, a Prefeitura, por outro, tem atrasado o pagamento das faturas mensais. Ontem, por exemplo, foi feito repasse para o IPC do valor ainda do mês de julho. Por mês, o Município transfere R$ 74,5 mil ao hospital.
“Como o Ministério quer que os hospitais psiquiátricos fechem, eles usaram essa estratégia para não dar reajuste de valores dos procedimentos”, criticou Picanço. De acordo com o diretor, o SUS paga R$ 11 por consulta no IPC. Desse valor, com os pagamentos de impostos e fornecedores, sobram R$ 4 para o médico responsável pelo atendimento. Picanço diz que o valor é “ínfimo”, o que teria colaborado para reduzir a equipe de profissionais de 12 para os atuais três médicos.
O hospital tinha 110 leitos para usuários do SUS no ano passado: 80 de internação integral – que fecharam em agosto de 2011 – e 30 de internação diária, em funcionamento até o fim deste mês. O hospital também deixou de atender 24 horas por dia, limitando-se ao horário das 6 às 18 horas.
Por meio de nota, o Ministério da Saúde informou que o Governo Federal adotou, desde 2003, modelo de atenção integral aos pacientes estruturado nos princípios da reforma psiquiátrica. O documento explica que a mudança alterou “o foco da hospitalização como centro ou única possibilidade de tratamento às pessoas com transtornos mentais e pacientes com dependência química”.
Fonte: jornal O Povo 

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