Levantamento realizado pela Sociedade Brasileira de Nefrologia aponta que mais de 10 milhões de brasileiros possuem alguma disfunção renal crônica, que na grande maioria desconhece o problema. Atualmente, apenas 100 mil pessoas passam por tratamento. Cerca de 70% dos pacientes em tratamento desconhecem a existência da doença até o aparecimento de sintomas. No entanto, as pessoas só começam a apresentar os primeiros sinais quando já perderam 50% dos rins.
Segundo o nefrologista Francisco Habermann, os rins dependem do bom estado de todo o sistema cardiovascular. “Neste sentido, a prevenção começa desde o combate ao tabagismo, à obesidade, especialmente a hipertensão ou pressão alta, colesterol alto, hiperglicemia ou diabetes e outras variações do estado vascular do organismo como um todo. Os rins são a via final comum das lesões cardiovasculares. Daí a importância da prevenção das doenças cardiovasculares e renais, através do check-up regular. Quem controla a pressão arterial dentro dos limites considerados normais está preservando a função renal”, destaca.
O especialista ressalta que o diagnóstico precoce evita a evolução da doença e reduz a velocidade de progressão da doença, especialmente pelo fato de ser um problema silencioso. “De maneira geral, os pacientes são surpreendidos pelos acometimentos renais, que são subsequentes à ação do diabetes, da hipertensão e do colesterol alto em longo prazo. De modo que a lesão renal é progressiva, lenta e silenciosa. Porém, quando é possível tratar, percebe-se que o tratamento é altamente caro para o país”, completa.
Além disso, manter hábitos saudáveis que previnem o desenvolvimento das doenças renais reduz a chance do paciente precisar de diálise, processo que substitui a função que os rins deixam de realizar. O tratamento é indicado para pacientes que têm em torno de 10% da função renal. A diálise é feita de três a quatro vezes por semana para que seja possível filtrar uma quantidade suficiente de sangue.
Fonte: JM Online – 27/07/2013