Especialista explica que índice de mortalidade de pacientes que fazem hemodiálise é de 18% ao ano; e os que têm rim transplantado, de 3%.
De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil tem um dos maiores programas públicos de transplantes de órgãos e tecidos do mundo. Em 25 estados, são 1.376 equipes e 500 estabelecimentos autorizados a realizar esses procedimentos médicos, por meio das centrais estaduais de transplantes. Ainda assim, as unidades de saúde do país enfrentam muitos problemas para receber e armazenar os órgãos e, consequentemente, para realizar os transplantes.
Segundo o coordenador do Programa Estadual de Transplantes da Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro, Rodrigo Sarlo, o número de doadores duplicou no Brasil. "Nos últimos cinco anos, o Brasil dobrou o número de doadores. É hoje o segundo maior país em termos de números absolutos de transplantes de fígado e rim. E é o maior sistema público de transplante. Consequentemente, a fila de espera reduziu, mas as doenças crônicas estão aí. À medida que a população envelhece, à medida que o acesso à medicação aumenta, as pessoas vivem mais tempo, e elas acabam tendo que precisar de um transplante, como, por exemplo, um transplante renal”, diz o médico.
Tem órgãos que são doados ainda em vida e órgãos doados quando o doador tem morte encefálica. E há casos como a construção de órgãos artificiais, como o do chinês que teve um nariz artificial colocado na testa e, aqui no Brasil, o de uma orelha colocada no braço.
O coordenador do Programa Estadual de Transplantes explica que um dos fatores que deve ser difundido para as famílias é como o processo é seguro e íntegro. “A pessoa e a família têm o direito sobre o corpo. Ela pode declarar que quer doar tal órgão e tal tecido, mas é importante colocar que as pessoas estão morrendo, precisam de órgãos e de tecidos para melhorar a qualidade de vida. O índice de mortalidade, por exemplo, em uma fila de espera de rim, que são aqueles pacientes que fazem hemodiálise, é de 18% ao ano, e em um paciente transplantado tem uma mortalidade de 3% ao ano. Se a gente comparar essas duas alternativas, o transplante é seguramente a melhor. Então basta essa pessoa se manifestar enquanto em vida a vontade de ser doador”, alerta Rodrigo Sarlo.
Fonte: Globo News – 15/10/2013