Dia Mundial do Rim agita São Paulo

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Nesta quinta-feira, 12 de março, na maior cidade do Brasil, haverá uma série de eventos em homenagem ao Dia Mundial do Rim. Para começar o dia, haverá distribuição gratuita de água mineral na mais conhecida rua da cidade: a avenida Paulista. A ação tem como objetivo lembrar as pessoas sobre a necessidade de beber água para o bom funcionamento dos rins. Para saber melhor o que fazer para prevenir as doenças renais, voluntários vão entregar folhetos explicativos em pontos estratégicos da cidade, como parque Trianon. No final da tarde as cores azul e vermelha (cores da nefrologia) vão colorir o Monumento às Bandeiras, o Viaduto do Chá, a Estátua do Borba Gato, a Biblioteca Mário de Andrade e a Ponte das Bandeiras para marcar a data. E para encerrar uma pedalada promete agitar as principais avenidas. O passeio de aproximadamente duas vai reunir dezenas de ciclistas que vão passar por alguns dos monumentos iluminados. Todas as ações fazem parte da campanha para chamar a atenção do público e das autoridades para o problema das doenças renais e as melhores formas de prevenção.

Você sabia que pessoas com diabetes e hipertensão têm maior chance de desenvolver algum grau de doença renal? Atualmente cerca de 10% da população mundial tem Doença Renal Crônica (DRC), que é resultado da perda progressiva e irreversível das funções dos rins. No Brasil, segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), um em cada dez brasileiros tem problemas nos rins e 70% dos pacientes em diálise descobrem a doença tardiamente.
Hipertensão e diabetes são as principais causas da perda de função renal. Hoje, cerca de 100 mil brasileiros fazem algum tipo de diálise e esse número não para de crescer. Atualmente, cerca de 5,5 mil pacientes são submetidos a transplante renal por ano no Brasil. Com o slogan “Campanha para rins saudáveis”, o Dia Mundial do Rim também vai realizar diversas atividades no Brasil e no mundo. Estão previstos atendimentos, orientações, exames gratuitos, caminhadas, passeios ciclísticos, distribuição de água mineral e panfletos com informações sobre os principais fatores de risco em cidades de todo o País. A ideia é atingir o maior público possível.
Criado em 2006, e comemorado toda segunda quinta-feira de março, o Dia Mundial do Rim é uma iniciativa conjunta da Sociedade Internacional de Nefrologia (ISN) e da Federação Internacional de Fundações de Rim (IFKF) com ações simultâneas em vários países. No Brasil, a campanha é coordenada pela Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) e pelo Departamento de Epidemiologia e Prevenção de Doenças Renais, com apoio do Ministério da Saúde.
Segundo a presidente da Sociedade Brasileira de Nefrologia, doutora Carmen Tzanno, trata-se de um trabalho conjunto de orientação sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce das doenças dos rins, assim como um alerta para quem tem maior risco de ter a doença. “Uma das principais dificuldades é que a doença renal é silenciosa e pode não apresentar sinais ou sintomas durante muito tempo. A descoberta em fases avançadas pode levar a alterações irreversíveis”, explica. Ela reforça a necessidade de realizar exames para avaliar a função renal, como urina e dosagem de creatinina sérica.
E lembra algumas regras para garantir o bom funcionamento dos rins, como ter hábitos saudáveis, controlar o peso, praticar esportes, controlar a pressão arterial, não fumar, não tomar remédios sem orientação médica, controlar a glicemia e beber água. O cronograma completo das atividades e ações do Dia Mundial do Rim está disponível no site da SBN (www.sbn.org.br).
Data: Quinta-feira, dia 12 de março de 2015
Horários e locais:
10h00 – 13h00 – Distribuição de folhetos explicativos com orientações para cuidar dos rins
12h00 – 14h00 – Distribuição de água mineral e folhetos sobre prevenção das doenças dos rins
18h00 – 05h00 – Iluminação de monumentos de São Paulo nas cores azul e vermelho
21h00 – 23h00 – Passeio ciclístico em homenagem ao Dia Mundial do Rim
Fatos e dados
•Mais de 100 mil pessoas fazem diálise no Brasil.
•Existem 750 unidades de diálise cadastradas no Brasil. Somente na cidade de São Paulo, são 35 unidades.
•Depois dos 40 anos, o indivíduo perde em média 1% ao ano da função renal
•84% dos pacientes têm o tratamento pago pelo Sistema Único de Saúde
•16% dos pacientes têm o tratamento pago pelo Sistema de Saúde Suplementar
•Incidência das DRC é maior em pessoas de mais idade
•31% dos pacientes estão com mais de 65 anos.
•58% dos pacientes são homens.
•Hipertensão (35%), diabetes (30%) e glomerulopatias ou glomerulonefrites (12%) são as principais causas de DRC em adulto
•10% da população mundial têm Doença Renal Crônica (DRC)
•DRC afeta pessoas de todas as idades e raças
•Um a cada cinco homens e uma a cada quatro mulheres com idades entre 65 e 74 anos têm DRC
•Metade da população mundial acima de 75 anos tem DRC
•Terapia Renal Substitutiva (TRS) é um tratamento indicado quando o rim não faz mais o papel vital de "filtro do organismo"
•Três formas de TRS são: Hemodiálise, Diálise peritoneal e Transplante renal.
•70% dos pacientes em diálise descobrem a doença renal tardiamente
•15% é a taxa de mortalidade de pacientes em diálise
•1 em cada 6 hipertensos terá doença renal
•Para cada 1 paciente em diálise há entre 20 e 25 pessoas com algum grau de DRC ainda sem sintomas
•Estima-se que há cerca de 1,2 milhão a 1,5 milhão de brasileiros com doença renal crônica
•Em média, cada sessão individual de diálise consome algo entre 300 e 400 litros por paciente.
•Em média, cada paciente realiza três sessões de diálise por semana.
•O tempo de cada sessão e a frequência é definida com o nefrologista e varia de caso a caso.
Fonte: Censo SBN, ABCDT, Ministério da Saúde, IFKF
Oito regras de ouro
1.Tenha hábitos alimentares saudáveis.
2.Controle o peso.
3.Pratique atividade física regularmente.
4.Controle a pressão arterial.
5.Beba água.
6.Não fume.
7.Não tome medicamentos sem orientação médica.
8.Se for diabético ou tiver histórico de diabetes na família, controle a glicemia (açúcar no sangue) regularmente.
Se tiver um dos seguintes fatores de risco, como diabetes, hipertensão arterial, obesidade, doença cardiovascular, histórico de DRC na família, faça acompanhamento com um médico e avalie regularmente a função dos rins.
Sobre a Dra Carmen Tzanno
Carmen Tzanno Branco Martins é médica nefrologista com ampla experiência em pesquisa e diagnóstico.
Doutora em Nefrologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (1993), é especialista na Área de Imunologia de Transplantes. Fez especialização na Unidade de Metabolismo Ósseo da Universidade de Oviedo, Espanha, e estágio na Unidade de Transplante da Universidade de Oxford, Inglaterra.
Pós-Graduada em Gestão de Saúde pelo INSPER, estuda o envelhecimento, as alterações neurológicas e as interações medicamentosas em pacientes em diálise.
Integrante da Sociedade Brasileira de Nefrologia, ela assumiu a presidência da instituição para o biênio 2015-2016.
É a primeira mulher a assumir a presidência ao longo dos 54 anos de existência da SBN.
Sobre a SBN
Fundada em agosto de 1960, a Sociedade Brasileira de Nefrologia atua no apoio aos profissionais, incentivo a projetos científicos, educacionais e na colaboração com as demandas das sociedades médicas e instituições governamentais para garantir a universalização do acesso à saúde renal. Com mais de três mil nefrologistas filiados, a SBN tem o reconhecimento do corpo médico e científico no Brasil e no exterior. A instituição congrega médicos e profissionais da saúde em torno da Nefrologia e promove o desenvolvimento da especialidade. A diretoria eleita para o biênio 2015-2016 atua à frente de 18 regionais, 7 comitês e 11 departamentos. Com 100 mil pacientes em diálise, o Brasil é uma das cinco nações com maior número de tratamentos de terapia renal substitutiva e transplantes renais no mundo.

 

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